O marketing de influenciadores tem se consolidado como um pilar nas estratégias de vendas. Pesquisa recente da Rakuten Advertising, que analisou o comportamento de consumidores no Brasil, Austrália, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, revelou que 61% dos entrevistados realizaram uma compra baseada em recomendações de influenciadores nos últimos seis meses. Globalmente, 74% consideram conveniente comprar por links disponibilizados por influenciadores.
O cenário brasileiro
No Brasil, a adesão ao marketing de influenciadores é destacada. Cerca de 83% dos consumidores já fizeram compras acima de R$ 100 motivadas por recomendações, sendo que 38% chegaram a gastar mais de R$ 500. Segundo Salomão Araújo, VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil, se destacam “os setores de beleza, moda, computadores e eletrônicos e itens para casa“.
O formato preferido pelos brasileiros é o vídeo curto, como reels, com 55% dos respondentes apontando essa preferência — um percentual muito superior à média global de 32%. O executivo recomendou às marcas algumas estratégias-chave para aproveitarem o formato. Para ele, “é fundamental estabelecer parcerias com influenciadores que dominam esse formato, uma vez que eles têm a habilidade de criar conteúdos que capturam rapidamente a atenção e geram mais engajamento”. Araújo enfatiza a importância da criação de vídeos curtos como forma das marcas “conseguirem transmitir suas mensagens de forma eficaz e rápida, mantendo o público interessado. O uso desse tipo de conteúdo em todos os canais, e não apenas em plataformas específicas, é outra maneira de maximizar a visibilidade e o engajamento. A personalização dos vídeos para refletir a personalidade da marca e proporcionar experiências mais ricas ao público também contribui para o sucesso da campanha”, diz.
Embora o TikTok esteja em ascensão, apenas 8% dos brasileiros preferem a plataforma, enquanto Instagram e YouTube continuam dominando o mercado. Outra particularidade é o interesse por influenciadores de nichos como finanças, games e produtos artesanais, mais relevante no Brasil do que em outros países.
Tendências globais
Outros mercados também apresentam dados significativos. Na França, 87% dos consumidores confiam nas recomendações de influenciadores, a maior taxa entre os países analisados. Já na Alemanha, 51% realizaram compras superiores a € 500 motivados por influenciadores.
No Reino Unido, o marketing de influenciadores deve movimentar cerca de US$ 1,2 bilhão em 2024, com destaque para vídeos curtos, preferidos por 36% dos britânicos. Nos Estados Unidos, o impacto é notável em categorias específicas, como beleza e gastronomia, embora o formato de vídeo curto não seja tão popular quanto em outros países.
Oportunidades para lojistas
Para empresários brasileiros, apostar no formato de vídeo curto e fortalecer parcerias com microinfluenciadores pode ser estratégico, considerando suas altas taxas de engajamento e custo-benefício. A ascensão do TikTok também merece atenção, mesmo não sendo ainda a principal plataforma local.
Mesmo assim, as marcas precisam equilibrar seus investimentos entre plataformas consolidadas sem deixar o TikTok de lado. Para isso, Salomão Araújo recomendou o teste de campanhas em diferentes plataformas, para, em um segundo passo, identificar onde sua audiência mais engajada está presente, equilibrando os investimentos conforme o desempenho e as métricas de ROI. Ele destaca a necessidade de “produzir conteúdos em todas, adaptando a linguagem, mas tendo como direção o reforço das mensagens e valores da empresa, garantindo assim o máximo impacto”. As empresas não podem deixar de entender o que cada plataforma pode proporcionar. “O TikTok, por exemplo, oferece um formato único de conteúdo de curta duração e uma audiência altamente engajada. Já no YouTube, é possível aprofundar os conteúdos, enquanto o Instagram continua sendo uma ótima alternativa para o que acontece em tempo real”, completa.
A transparência nas parcerias e a escolha de influenciadores alinhados aos valores da marca são fundamentais para manter a autenticidade e a confiança dos consumidores, já que 84% dos entrevistados param de seguir criadores percebidos como inautênticos.