Após a pandemia, o processo de recuperação das principais empresas varejistas envolveu o aceleramento da digitalização, ganhando mais agilidade e flexibilidade nos seus processos. De acordo com a edição de 2023 do ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro, realizado pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), em 2022, as maiores lojas varejistas do país cresceram 20%, ultrapassando a expansão de 14% do segundo setor registrada pelo IBGE – esses dados foram baseados em 207 empresas que divulgaram seus faturamentos de 2021 e 2022.
O ranking mostrou que, no ano passado, as empresas alcançaram um faturamento bruto de R$1,046 trilhão, um crescimento de R$153,6 bilhões em relação ao ano anterior. Nesse processo de aceleração do grande varejo, também houve um aumento do faturamento em relação a 2021 de quase R$100 bilhões.
Aceleração digital
“O varejo acelerou sua expansão, combinando aquisições e abertura orgânica de lojas. Os dados do ranking ‘300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro’ reafirmam a força das grandes empresas de varejo do país e sua capacidade de enfrentar cenários complexos e desafiadores”, afirma Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e vice-presidente da SBVC.
A digitalização do varejo é um dos aspectos importantes levantados pela edição do ranking. Considerando que 74% vendem online, um índice que sobe para 91% quando se trata de segmentos não-alimentares. A consolidação da diversificação de canais e modalidades de venda é um dos fatores, pois, 85 das 300 empresas realizam vendas por WhatsApp e 27 operam em marketplaces proprietários, comentou o vice-presidente.
E a tendência continua acelerada, os números indicam que, nos últimos três anos, houve um aumento de 162 para 222 na quantidade de empresas com operações em e-commerces.
De olho nas grandes varejistas
O Carrefour, líder da lista e primeira empresa do varejo brasileiro na história a ultrapassar a marca, possui um faturamento bruto de R$108 bilhões em vendas anuais. Em seguida, vem o Assaí, Magazine Luiza, Via e Americanas, que juntos somaram um faturamento de R$285,9 bilhões, ou 27,33% do faturamento das 300 maiores e 10,95% do faturamento total do Varejo Ampliado brasileiro.
Com quatro representantes no top 10 do varejo, o setor de supermercados tem o maior número de empresas no ranking, totalizando 152 representantes. Seguido por pelo setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos, com 38 empresas, também em destaque.
Os dados também demonstram que o Grupo Boticário é a empresa com mais lojas no Brasil, com 3.828 pontos de venda. Entre as maiores em número de lojas, se notabilizam pela forte presença do sistema de franquias como um modelo de expansão.
Outra informação é que, das 300 varejistas listadas, 42 são de capital aberto, três a mais que na edição anterior do ranking. Mesmo representando apenas 14% das empresas, elas respondem por 47,8% do faturamento total da lista. O setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos saiu na frente, possuindo 13 empresas de capital aberto.
Avanços em diversidade e inclusão
O tema torna-se cada vez mais relevante na estratégia de negócios, e pensando nisso, essa edição do ranking ampliou sua análise sobre o escopo, trazendo também dados sobre a presença de pretos e pardos nas empresas, além da quantidade de mulheres no conselho administrativo e em posições de liderança.
Mesmo com uma amostra limitada, os dados são positivos. Das 71 empresas que forneceram dados sobre participação de mulheres, 56% têm mulheres integrando a equipe. Já as 55 que responderam sobre pretos e pardos têm 54% do grupo no seu painel de colaboradores.
Aumentar o nível de diversidade em cargos de liderança ainda é um desafio, pois de 84% das empresas, somente 30% têm mulheres ocupando essa posição. No caso de pretos e pardos a distância é maior: das 51% empresas, apenas 30% possuem cargos de liderança ocupados por pretos e pardos – e 24% têm mais de 50%.
Clique aqui e confira na íntegra o estudo no site da SBVC.