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Luxo em evolução: da história às tendências que moldam o futuro do setor

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O conceito de luxo sempre esteve ligado a símbolos de status, poder e exclusividade, mas vai muito além de riqueza e ostentação. Ele se molda às transformações culturais, sociais e econômicas de cada época, traduzindo desejos coletivos e valores de uma sociedade. Esse foi o ponto de partida da palestra de Catherine Petit, Managing Director da Möet Hennessy e da Chandon Brasil, no Congresso E-Commerce de Luxo 2025, realizado pelo E-Commerce Brasil em São Paulo. A executiva trouxe uma leitura ampla sobre como o luxo evolui constantemente, destacando experiências, autenticidade e conexões como fundamentos indispensáveis.

Congresso E-commerce de Luxo 2025- Catherine Petit
(Imagem: Carol Guasti Fotografia/ECBR)

Luxo como experiência em constante transformação

Segundo Petit, não há definição única ou fórmula pronta para o luxo. “É muito mais sobre como construímos os momentos e experiências no dia a dia”, afirmou. Ela ressaltou que a jornada do consumidor começa antes mesmo da compra, nos detalhes que despertam encantamento e que permanecem na memória. Para ela, três pilares sustentam o verdadeiro significado do luxo: a experiência, a autenticidade, ligada ao DNA e aos valores da marca, e as conexões emocionais criadas ao longo do relacionamento com o cliente.

Esse olhar se reflete na própria trajetória da Möet Hennessy e da Chandon Brasil, empresas que utilizam sua história como parte fundamental do posicionamento. Mais do que vender produtos, a proposta é entregar vivências que inspirem, inovem e despertem emoção. Catherine destacou ainda iniciativas voltadas ao incentivo do empreendedorismo feminino, alinhadas ao legado da fundação, mostrando como tradição e inovação caminham juntas.

Cultura, consistência e relevância

Outro ponto enfatizado foi a importância de manter consistência no trabalho de marca, preservando sua história e valores. Ela destacou a estratégia de “culture to relevance”, em que o portfólio e as recomendações são adaptados ao contexto cultural do consumidor. Esse direcionamento busca oferecer produtos e programas personalizados, mas sempre com base no DNA da marca. Para a executiva, ser lembrado no mercado de luxo é consequência de uma construção sólida que alia coerência, cultura e identidade.

“O consumidor gosta do que inspira e inova, mas a essência está em sustentar o DNA da sua marca”, afirmou.

Tecnologia e sustentabilidade no futuro do luxo

O futuro do setor, segundo Catherine, está diretamente ligado à inovação tecnológica e à sustentabilidade. Pelo menos 70% dos consumidores de luxo já têm algum contato com o digital durante a jornada de compra, o que mostra o impacto da tecnologia na relação com o cliente. Além disso, a executiva destacou que a sustentabilidade vem ganhando espaço de forma consistente, especialmente no Brasil, onde o consumidor demonstra grande sensibilidade ao tema. Para ela, essas tendências não são passageiras, mas determinantes para moldar os próximos capítulos do mercado de luxo.