A pesquisa feita pela Opinion Box, encomendada pela Data Rudder, empresa especializada em prevenção à fraude, revelou que 63% dos brasileiros acreditam que cabe às instituições financeiras a responsabilidade de prevenir e combater fraudes no Pix. A pesquisa ressalta a crescente preocupação dos usuários com a segurança das transações instantâneas.
O estudo ouviu 1.106 pessoas, entre 18 e 65 anos, bancarizadas e localizadas em todas as regiões do Brasil, 82% dos entrevistados consideraram o Pix seguro. No entanto, 40,7% disseram que percebem um aumento nas fraudes, especialmente aquelas envolvendo engenharia social, considerada a principal ameaça.
Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder, comentou: “O Pix mudou o perfil dos fraudadores. Com a agilidade das transações, observamos o crescimento de esquemas de conta laranja, que rapidamente eliminam o rastro do dinheiro fraudulento, e o avanço das táticas de engenharia social, que manipulam os usuários por aplicativos de mensagem e redes sociais.”
Golpes
A pesquisa também mostrou que, 5 em cada 8 entrevistados, conhecem alguém que já foi vítima de golpes no Pix. Entre os tipos de golpe mais comuns, 45% envolvem abordagens pelo WhatsApp.
Além disso, após sofrer um golpe, 45% dos entrevistados relataram receber algum tipo de atendimento das instituições financeiras, mas 28,7% consideraram a experiência ruim ou péssima. Sobre o relacionamento com os bancos, 31,1% dos participantes afirmam que perderam a confiança e 37,3% chegaram a trocar de instituição. Entre aqueles que continuaram com a mesma instituição, 50,4% afirmam que também mudariam de banco se fossem vítimas novamente.
Em relação à devolução do dinheiro, seguindo os procedimentos do Mecanismo Especial de Devolução (MED), 46% não conseguiram recuperar o valor, 32,2% recuperaram o valor total e 21,8% conseguiram apenas parcialmente.
Usos e valores do Pix
O estudo também revelou que 8 em cada 10 consumidores fizeram um Pix nos últimos 12 meses, principalmente para transferências entre amigos e familiares (71%) ou em compras no comércio eletrônico (51%). Em seus dois anos de operação, o Pix cresceu 19% como forma de pagamento no e-commerce e hoje ocupa 39% do volume total.
Mais da metade dos entrevistados (58%), gasta entre R$ 50 a R$ 300 nas transações. Entre os que ainda não usam o sistema, 19% preferem outros métodos de pagamento e 14% evitam o Pix por medo de fraudes.