O início da semana costuma ser um período de alta atividade para fraudes. Dados da Quod revelam que aproximadamente 22% dos crimes ocorrem às segundas-feiras. Isso significa que, em uma semana típica, até quarta-feira, 60% de todas as fraudes já terão sido cometidas.
No entanto, durante a Black Friday, com o aumento das compras, principalmente online, o fim de semana – normalmente mais tranquilo – se torna um período de maior risco. Nesse contexto, a tecnologia surge como uma solução capaz de prever comportamentos e reduzir perdas, tanto para empresas quanto para consumidores.
“O prolongamento das promoções aumenta significativamente o volume de transações, o que oferece aos fraudadores mais oportunidades para atuar. Portanto, não apenas o fim de semana, mas todo o período promocional se torna propício para fraudes”, explica Pedro Lamim, head de Prevenção à Fraude StoneCo.
Danilo Coelho, diretor de produtos e dados da Quod, complementa que o uso da tecnologia permite prever cenários com base em perfis de comportamento. “Por isso, a inteligência de dados é essencial, porque, com ela, podemos entender algumas das principais tendências desse crime e, assim, nos preparar, ficando atentos a determinados riscos”, afirma.
Além disso, o compartilhamento de informações financeiras tornou-se essencial para entender as táticas usadas pelos fraudadores. Dados da Quod mostram que, desde a implementação do Registro Unificado de Fraudes, houve um aumento de 1129% no número de vítimas relatadas e um crescimento de 174% no número de fraudadores identificados entre 2023 e 2024.
Lamim reforça: “os criminosos buscam se esconder no aumento expressivo do fluxo de compras, aproveitando-se dessa movimentação para executar seus golpes da maneira menos perceptível”.
Todo cuidado é pouco
Coelho também ressalta que em períodos com crescimento significativo nas vendas, os consumidores precisam estar especialmente vigilantes em relação às fraudes transacionais – que acontecem durante o pagamento. Segundo o estudo, os pagamentos realizados por meio do PIX representam 64% desses crimes.
“Outro ponto relevante é o crescente uso de ataques mais sofisticados, como phishing, fraudes omnichannel, ‘Pix fake’ e a criação de sites falsos. Essas estratégias visam enganar tanto consumidores quanto empresas nesse período de alta demanda”, detalha o executivo da Stone.Co
Para o o diretor também é preciso estar alerta para o risco de reincidência, pois 18% dos CPFs reportados são de fraudadores em série, que cometem três ou mais fraudes. Portanto, é fundamental estar atento a ligações e transações suspeitas.
“Os fraudadores não seguem um padrão único de comportamento durante a Black Friday. A ideia é justamente se adaptarem às ações dos consumidores para se camuflar entre as transações legítimas. As fraudes tendem a se espalhar ao longo dos dias promocionais, refletindo a diluição das ofertas”, declara o head.
E-commerce e a proteção
Além disso, é preciso que os sites estejam protegidos durante o período de promoções.
Para o especialista em proteção contra fraudes, a dica é: “adotar uma abordagem abrangente é crucial, fortalecendo todas as etapas, desde a segurança do site até o checkout, além de implementar um sistema antifraude robusto”.
Outras opções para proteger o e-commerce e o checkout são:
- Criação de uma área logada;
- Implementação de autenticação em duas etapas (2FA);
- E uso de reCAPTCHA.
“O varejo precisará se concentrar em medidas proativas que não apenas mitiguem riscos, mas também reforcem a confiança dos clientes ao longo de todo o período promocional”, finaliza Lamim.