Na última segunda-feira (30), o congresso Digitalização do Varejo foi realizado pelo E-Commerce Brasil no Hotel Unique. Contando com conteúdos durante todo o dia, o Palco Soluções recebeu as empresas Vindi, Kangu, RD RaiaDrograsil, Social Digital Commerce, Adyen, Magalu, Oto, Tray, Infracommerce e PagBrasil como convidadas.
Futuro do pagamento no varejo
Abrindo o dia com uma tendência para o mundo dos pagamentos digitais, Ismael Piccirillo, head de produtos da Vindi, falou sobre como o pix recorrente vem revolucionando a maneira como as pessoas compram e vendem no mercado.
Ultrapassando mais de 34 milhões de transações, a nova forma de pagamento traz três benefícios principais: democratização do acesso, melhor experiência do usuário e maior eficiência operacional, segundo o executivo.
Afirmando que existem ainda uma série de novas funcionalidades a serem desenvolvidas, como o pagamento offline, Piccirillo concluiu defendendo que “pessoas que estavam fora da digitalização do dinheiro são beneficiadas pelo pix”.
Frete: de vilão a herói
Trazendo outro ponto indispensável para o e-commerce, Jéssica Araújo, coordenadora de vendas e sucesso do consumidor da Kangu, detalhou como o frete pode passar de vilão para herói nas vendas dos empreendedores.
Araújo compartilhou que 66% dos consumidores afirmam abandonar a compra quando o frete é muito caro, superando muitas vezes o preço do produto em si.
A solução, recomendada pela palestrante, é que os empreendedores utilizem o frete como uma estratégia de vendas. Para isso, algumas dicas são essenciais: reduzir os custos da empresa mensalmente, aumentar o valor da compra (oferecendo pacotes ou kits), testes para registrar variações e, por fim, incentivo de fechamento – “apenas mais R$ 10 para frete grátis”.
Além disso, a executiva destacou a importância da logística reversa para a sustentabilidade da empresa; reforçando que o mesmo ponto de retirada de mercadorias funciona para as devoluções, “eliminando, dessa forma, uma lacuna para quem trabalha com o e-commerce”.
Liderança é essencial para digitalização
Dando continuidade às palestras do dia, Marilia Nagata, gerente executiva de e-commerce na RD RaiaDrogasil, advogou a necessidade dos líderes abraçarem a inovação digital e a existência de diferentes caminhos para a digitalização das empresas.
Para isso, Nagata destacou quatro alavancas chave para a transformação digital:
– Modelos de negócios: explorar novas formas de operacionar;
– Conectividade: não há mais uma separação entre offline e online;
– Processos: com foco no cliente, agilidade e automação;
– Analytics.
Abraçar a incerteza, escolher as pessoas certas, evidenciar os porquês, empoderar o time e mentalidade de serviço (estar disponível para auxiliar a equipe), são os aprendizados que a executiva frisou como necessários em um processo de inovação.
Posicionando marcas no mercado
Falando sobre a importância do posicionamento de marca no mercado, Nícolas Fernandes, diretor de vendas da Social Digital Commerce, exemplificou trazendo o movimento indústria virando varejo e varejo se tornando indústria.
Não deixando de lado os dados, o palestrante, compartilhou que 60% das empresas não têm e-commerce de venda direta ao consumidor.
“Antes de pensar sobre como implementar soluções complexas, como IA, as empresas precisam estabelecer o básico com uma coleta de dados organizada”, reiterou.
Jornada digital: primeiros passos
Renato Migliacci, head de vendas na Adyen, afirmou que independente do momento da empresa existem oportunidades e primeiros passos para que as jornadas sejam digitalizadas.
Explicando que, a cada nova necessidade são desenvolvidas alternativas para solucionar as barreiras, Renato detalha que a infraestrutura é muito fragmentada e por conta disso a jornada de digitalização do negócio fica prejudicada.
Porém, incentivando os empresários e as empresas, o executivo destacou que o importante é entender como alcançar a digitalização. E apesar dos diferentes níveis de maturidade, ainda é possível dar o primeiro passo.
Encerrando sua fala, Migliacci disse: “existem caminhos para a digitalização, os clientes devem ser alcançados em todos os pontos, e podemos ser cada vez mais preciso nas recomendações, comunicações e ofertas”.
Novo papel da loja física
O diretor de operações de marketplace do Magalu, Felipe Cohen, trouxe ao palco o novo papel da loja física dentro da digitalização do varejo.
Inicialmente, o executivo destacou que o novo consumidor está em busca de praticidade e a jornada de compra se tornou algo não linear e múltiplo.
“A transição entre o varejo físico e o varejo online acontece sem ser percebida, a jornada começa e termina em lugares diferentes”, resumiu o convidado.
O consumidor é múltiplo
Entrando no mundo do consumidor omnichannel, Guilherme Bohnen, diretor executivo da Oto, abriu sua fala valorizando o papel das lojas físicas no cenário online. O diretor ainda defendeu que é necessário evoluir a estratégia de contato com os consumidores em função da digitalização do comércio.
Inicialmente 100% das vendas aconteciam na loja física. Após a introdução do e-commerce, as porcentagens mudaram para 79% de vendas em espaços físicos e 21% online.
De acordo com o convidado, o momento atual segue a seguinte lógica: 21% das vendas são online, 41% são vendas offline sem influência digital e 38% são vendas na loja física com influência digital.
Concluindo, Bohnen lembrou que “o objetivo principal das marcas é atrair os consumidores para seus pontos de venda, independente se estes são físicos ou virtuais”.
Construindo lembranças de marca
“Quem tiver maior presença no mundo digital será mais lembrado”, enfatizou Vinicius Guimarães, gerente executivo de marketing na Tray, em sua palestra.
Argumentando que as compras dos consumidores não são lineares, Guimarães descreveu que a jornada de compra mudou e que os clientes estão em todos os lugares. E visando evidenciar essas alterações, o palestrante exemplificou com dois cenários.
Pensando, inicialmente, em compras do mundo virtual para o físico, quatro aspectos se sobressaem: atendimento facilitado, diferencial de entrega, pagar online e pegar na loja e não deixar de mostrar o que mais a empresa pode fazer pelo cliente.
No caso do mundo físico para o online, o gerente mostrou outros pontos indispensáveis: relacionamento com o cliente mantendo o contato mesmo após efetivação da compra, mostrar a loja e diferenciais do espaço físico, sugestões de dicas (como dobrar um lençol de elástico, por exemplo) e, por fim, CPM e dados para construção das estratégias.
Ao final, Vinicius ainda recomendou aos empreendedores e empresas que trabalhassem em três frentes se possível: loja virtual, loja física e marketplaces. Estimulando, dessa forma, a lembrança e presença da marca.
Digitalizando a jornada das empresas
Maria Carolina Pavan, executiva de vendas da Infracommerce, conversou com o público sobre as oportunidades e os desafios que uma jornada dentro de um meio digitalizado pode significar para as empresas.
Para a palestrante, é necessário que as organizações atuem em multi frentes e compreendam os atos de consumo dos clientes. “Como a indústria, a marca, chega no consumidor final? Há muitos canais, como eu digitalizo isso?”, perguntou a convidada.
Visando auxiliar os empreendedores, Pavan encerrou com algumas dicas de boas práticas para vender no mundo online: compreender as especificidades de cada local de venda, trabalho personalizado, manter a constância do planejamento e verificações e dinamismo.
“Performar nos marketplaces, por exemplo, requer um olhar diário e um planejamento para se adaptar rapidamente”, finalizou.
Check-out: finalizando a experiência
Encerrando as palestras do auditório, Alexandre Oliveira, diretor de vendas da PagBrasil, trouxe mais de vinte anos de experiência com pagamentos digitais e como o cenário atual potencializou uma mudança no varejo.
Trazendo como exemplo um case de sucesso, o palestrante explicitou a necessidade de suporte ao longo de uma jornada de pagamento dentro do e-commerce, ressaltando a importância de uma check-out bem executado.