O medo do coronavírus tem provocado impacto financeiro significativo: a queda expressiva nos níveis da bolsa brasileira e a redução da projeção para o PIB deste ano são apenas alguns dos fatores divulgados recentemente. A pandemia é apontada como uma das razões para a queda significativa do e-commerce durante o mês de fevereiro, mostra um levantamento do Compre&Confie.
De acordo com as informações levantadas pela companhia, no período de 1º a 19 de fevereiro foram realizados 10,1 milhões de pedidos no varejo online, valor que representa queda de 7,7% em relação ao período anterior à divulgação da doença (de 4 a 22 de janeiro, de acordo com o levantamento).
Nos dias analisados de fevereiro, o faturamento do setor foi de R$ 4,1 bilhões, queda de 5,2% em relação ao mesmo período de janeiro.
“O coronavírus tem influenciado diferentes setores e, no e-commerce, o anúncio da doença colabora para traçar o panorama de queda nas vendas no período. Com consumidores mais cautelosos durante o mês, houve redução significativa em pedidos e faturamento”, destaca o diretor executivo do Compre&Confie, André Dias.
Apesar da redução, o prazo de entrega praticamente não sofreu alteração durante o período analisado: passou de 8,9 dias em janeiro para 8,2 em fevereiro.
O que aumentou no e-commerce
Por outro lado, a preocupação dos brasileiros com a saúde puxou para cima as vendas de itens desse setor. De acordo com o levantamento do Compre &Confie, nebulizadores e inaladores registraram aumento de 177,5% nas vendas em relação a janeiro e as vendas de gel antisséptico tiveram incremento de 165% no período.
“A venda dos itens relacionados à saúde mostra a preocupação dos brasileiros nesse período. A importância da prevenção e de manter a saúde em dia especialmente com as variações de temperatura pelas quais o Sudeste vem passando reforçam essa tendência”, destaca Dias.
Os segmentos que apresentaram queda mais significativa em número de pedidos durante o mês de fevereiro foram: Câmeras, Filmadoras e Drones (redução de 42,3% em relação a janeiro), Papelaria (-30,5%) e Games (-30%). Outras categorias que apresentaram considerável queda foram: Eletrônicos (-19,4%), Suplementos e Vitaminas (-14,7%) e Brinquedos (-13,1%).
A categoria de Moda e Acessórios, carro-chefe de volume de vendas no e-commerce, apresentou queda de 10,9% no período. “Registramos uma queda menos representativa para itens que possuem maior influência da produção nacional.
Já categorias que dependem de componentes da China e outros países como, por exemplo, eletrônicos, podem estar relacionadas com o receio em consumir em adquirir produtos de países com maior incidência de casos do vírus”, afirma Dias.
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