Durante painel na NRF 2025, Fernando Rosa, presidente da Havaianas Brasil, deixou uma nota ao TikTok Shop: “Venham para o Brasil”. Em sua participação no evento, que aconteceu em Nova York, o executivo menciona que a entrada da plataforma no México pode indicar uma proximidade com o mercado brasileiro. A expectativa, como um dos líderes da Havaianas, é atuar em conjunto.
“Estamos prontos para começar assim que o TikTok chegar”, afirma Rosa. Atualmente, o governo brasileiro impôs restrições ao uso do TikTok devido a preocupações com segurança de dados e os efeitos dessas redes nos jovens. Apesar disso, o Brasil ocupa o terceiro lugar mundial em número de usuários do TikTok, com 111,3 milhões de usuários. O interesse da companhia brasileira no TikTok Shop, por consequência, diz respeito também aos 1 milhão de seguidores na plataforma.
Apesar de não poder vender diretamente por este canal, a Havaianas utiliza seu alcance para engajar o público com seus produtos, aplicando ações de social commerce. Segundo Sky Canaves, analista principal de Varejo e E-commerce da EMARKETER, este modelo de negócios é considerado por especialistas como um “fenômeno irreversível”. “É parte de uma mudança global mais ampla na forma como consumidores novos e mais jovens interagem com o varejo”, disse Canaves.
Social commerce na Ásia
A estratégia é aplicada de maneira significativamente em países asiáticos, especialmente na China, onde quase um terço das vendas online ocorre em plataformas sociais como Douyin. Nos Estados Unidos, embora represente apenas 6,6% das vendas totais, o social commerce cresce gradativamente, até mesmo com próprio TikTok Shop.
Canaves destacou ainda que os consumidores de redes sociais são uma força real no mercado. O número de usuários do gênero até o final de 2024 passou de 100 milhões.
Mais tendências
Em conjunto, o live commerce, com compras ao vivo, vídeos compráveis e vitrines dentro do aplicativo para varejistas, também integraram a estratégia do TikTok Shop. A plataforma reportou vendas de $100 milhões durante a Black Friday nos EUA no ano passado, alta de 300% em relação a 2023.
Para H&M, o comércio social é uma parte fundamental da estratégia de marketing da empresa, focando em influenciadores para construir marcas e impulsionar conversões simultaneamente. Segundo Linda Li, head de Clientes e Marketing para a varejista nas Américas, é importante que existe confiança dos clientes em relação a cada plataforma na qual a marca atua, além da necessidade de uma estratégia integrada que considere diversos marketplaces.
“É crucial definir sua estratégia omnichannel de forma deliberada. O live commerce, por exemplo, pode ser a próxima grande tendência no comércio social, embora ainda estejam em fase experimental nos EUA”, diz.
Independentemente das intervenções governamentais ou restrições às plataformas sociais, tanto Li quanto Rosa concordaram que o social commerce continuará a crescer. As marcas seguirão investindo e explorando novas plataformas sociais como Pinterest e Snapchat, adaptando-se conforme necessário.