As nuances previstas no acordo entre vendedores e marketplaces são menos simples do que aparentam. Um modelo de e-commerce que é forte no país e responde por 86% do setor ganha força por diversos motivos, incluindo capilaridade, poderio logístico e visibilidade. Como contrapartida, o retorno dado pelo seller à plataforma inclui pagamento de taxas e adequação em certos quesitos, como no padrão de produtos anunciados. A ‘confusão’, no entanto, está justamente na conciliação de quem vende com este formato. Há necessidade, sim, de ser estratégico.
No primeiro dia da 15ª edição do Fórum E-Commerce Brasil, a Plenária Marketplace teve o assunto como tema de uma das quatro masterclasses espalhadas pelo restante dos auditórios (Marketing & Vendas, Gestão & Operações e Tecnologia & Inovação). A responsabilidade de tratá-lo foi de Jean Makdissi e Leandro Soares, ambos conselheiros do E-Commerce Brasil.
O início contou com Soares trazendo o lado do marketplace como facilitador de processos e provedor de oportunidades para os vendedores. Segundo ele, o entendimento do consumidor acontece de forma mais rápida, o que valida a entrada neste meio.
“O sucesso dos marketplaces está na capacidade de atrair vendedores e compradores, seja para comprar ou pesquisar sobre itens, como acontece entre usuários norte-americanos e a Amazon. Mais do que isso, esse tipo de plataforma facilita a comparação e o engajamento com produtos, além da ideia de sortimento fortalecê-la”, explica o executivo.
Ele também citou o que acredita ser os cinco principais motivos para um lojista independente cogitar a entrada em um marketplace. São eles:
- Preço
- Frete Grátis
- Frete Rápido
- Sortimento
- Pós-venda
O outro lado da moeda
Makdissi trouxe, em seguida, a ideia da conciliação do vendedor com sua estratégia de negócio. De acordo com o executivo, a parceria dele com os marketplaces deve vir a partir da compreensão do que é melhor para sua marca/empresa. Esse é o ponto inicial nessa relação.
É fato que esses espaços online representam a evolução do modelo de negócios. Seja pela forma como vendem o produto em si ou pela jornada que proporcionam ao usuário, a modalidade foi peça-chave para evolução do e-commerce nos últimos anos.
Mesmo assim, como afirmou Makdissi, a individualização dos contextos de cada lojista, seja de marca própria ou revenda, tornará a experiência plausível ou não. A análise de prós e contras, portanto, é essencial neste panorama.
“A conciliação serve para que cada um entenda seu lugar e trace, a partir disso, um caminho dentro ou fora do marketplace. A escolha envolve mais visibilidade e regulamentos a serem seguidos, enquanto o outro caminho é mais pessoal, mas deixa muitas jornada de consumo de lado. No final das contas, a principal motivação deve ser melhorar a experiência do cliente ao máximo”, explicou Makdissi.
Como seguir?
Por fim, os conselheiros do E-Commerce Brasil deixaram o que consideram os principais ensinamentos em relação a marketplaces no país. Os apontamentos são:
- Os marketplaces concentram a maioo parte dos consumidores e será assim por um muito tempo;
- O desafio deste modelo está na masterização, não em iniciá-lo;
- Analisar é importante para saber se cabe ao seu negócio seguir desta forma;
- Entender sobre precificação é ideal para conversões saudáveis e altas;
- Manejar custos também é decisivo para o sucesso neste contexto.