Não demorou muito para a Shein escalar e se tornar uma das marcas mais consumidas no Brasil. Do sucesso rápido nas vendas online de peças de vestuário até a abertura de uma loja física temporária em São Paulo, a varejista chinesa ampliou portfólio, iniciou sua produção própria no país e superou marcas nacionais em certos índices. Os dados são do BTG Pactual.
Entre os pontos que favoreceram a Shein, segundo analistas do banco, são citados a rapidez em suprir demandas do consumidor na fabricação de produtos, além do bom posicionamento com a geração Z. Os preços baixos também são vistos como decisivos para uma competição dificultada com outros players.
Mesmo assim, o levantamento elucida um fato, talvez, pouco divulgado por aqui no que diz respeito a precificação. Isso porque, frente os EUA, por exemplo, itens da Shein são 70% mais caros no Brasil.
“Apesar dos preços competitivos da Shein no mercado local, nossa pesquisa (utilizando uma cesta de oito produtos em 15 países) mostra que seus produtos são 70% mais caros no Brasil do que nos Estados Unidos (219%, quando ajustados por paridade de poder de compra, tornando-o um dos mercados globais mais caros para a Shein.) A cesta de compras no Brasil ficou mais cara desde nossas últimas pesquisas em abril e outubro”, apontam especialistas do BTG.
Contudo, os valores praticados pela multinacional chinesa ainda são menores que os vistos em C&A (33%), Riachuelo (31%) e Renner (28%). A informação é congruente com o Índice Zara divulgado recentemente.
“As recentes iniciativas da Shein para expandir sua produção local devem diversificar sua oferta (…). No entanto, combinada com um potencial aumento na tributação, isso significa que a Shein competirá em condições semelhantes (ou pelo menos mais próximas) às dos varejistas locais e enfrentará desafios semelhantes ao expandir a capacidade de produção local”, pontuam os analistas ao longo do estudo.
Resultados
Em 2023, um dos pontos de destaque foi o faturamento, que chegou a R$ 10 bilhões — ante R$ 7 bilhões do ano anterior. A análise traz um panorama, em termos de faturamento no ano passado, a favor da empresa chinesa.
Com exceção da Renner (R$ 11,7 bilhões), o BTG Pactual mostra a Shein com números acima do que foi registrado em C&A (R$ 6,6 bilhões), Grupo Soma (R$ 5,4 bilhões, de Farm e Animale) e Arezzo (R$ 4,8 bilhões).