O varejo alimentar brasileiro encerrou 2024 com um desempenho acima das expectativas, impulsionado especialmente pelo crescimento das grandes redes supermercadistas.

Segundo dados consolidados no relatório “Varejo Alimentar em Contexto”, produzido pela SA+ Conteúdo, quatro dos principais grupos com capital aberto no Brasil — Carrefour, Assaí, Grupo Mateus e GPA — registraram, juntos, um faturamento de R$ 257,6 bilhões, alta de 7,7% em relação a 2023. O crescimento superou em 2,5 pontos percentuais o avanço de 5,2% apontado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE) para o setor como um todo.
O destaque regional ficou com o Rio Grande do Sul, que liderou o crescimento em volume de vendas com alta de 12%, seguido pela Bahia (11%). Em nível nacional, o desempenho do setor sinaliza uma retomada consistente, mesmo em um cenário de margens pressionadas e reestruturações operacionais.
Atacarejo segue como motor de expansão
Entre os formatos analisados, o atacarejo continua sendo o principal vetor de crescimento. As operações de cash & carry das redes Carrefour (via Atacadão), Grupo Mateus (Mix Mateus) e Assaí apresentaram um crescimento médio total de quase 15%.
Porém, quando analisadas as mesmas lojas — aquelas abertas há pelo menos um ano —, o avanço foi modesto, de apenas 2,1%, evidenciando que a expansão ainda depende fortemente da abertura de novas unidades.
Supermercados mostram resiliência
Apesar dos desafios, o canal de varejo tradicional — supermercados — também teve desempenhos relevantes, sobretudo no Grupo Mateus, que liderou o crescimento total, e no GPA, com os melhores números em mesmas lojas.
O Carrefour, por sua vez, segue em processo de reestruturação, com fechamento e conversão de unidades, o que resultou em uma retração de 9,4% nas vendas totais e de 3,4% em mesmas lojas nesse formato.
Desafios de rentabilidade
Embora o faturamento tenha crescido, os dados do relatório indicam que a rentabilidade ainda é um ponto de atenção.
As margens bruta e EBITDA das companhias permanecem pressionadas, e o lucro líquido oscilou entre resultados negativos e margens modestas. O Carrefour, por exemplo, teve prejuízo, enquanto o Assaí e o Grupo Mateus conseguiram manter margens positivas, embora apertadas.
Tendência é de consolidação
O relatório evidencia que as grandes redes supermercadistas seguem ganhando espaço no varejo alimentar brasileiro, especialmente por meio do atacarejo e da ampliação de suas operações em estados fora do eixo Sudeste. A consolidação do setor, com poucos grupos concentrando a maior parte das vendas, reforça a importância dessas empresas para o abastecimento alimentar do país.
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