O chá, uma bebida milenar consumida há mais de cinco mil anos, surgiu na China em meados do ano 250 a.C., é a segunda bebida mais consumida no mundo, ficando atrás apenas do consumo de água. Foi com essa apresentação que o gaúcho Michel Bittencourt, CEO da Tea Shop Brasil subiu ao palco do Congresso E-commerce Brasil RS para comentar o potencial de consumo da bebida no país, apresentando como a diversificação de canais é vantajosa para expandir o mercado.
A Tea Shop é uma empresa espanhola, fundada pelo sueco Per Sundman em 1990, e está no Brasil há 10 anos, como uma referência no mercado de chás premium, que são vendidos a granel, oferecendo cerca de 130 mesclas e blends totalmente exclusivos para os clientes.
A expansão da marca
“Apaixonados por chá”, é assim que a marca que possui mais de 40 operações no Brasil se posiciona, chegando agora no Norte do país com uma loja em Manaus. A história começou em Porto Alegre, onde abriram a primeira loja da Tea Shop no Brasil em 2013 no Shopping Iguatemi. Depois, em dezembro de 2013, abriram a primeira loja de rua, localizada na Padre Chagas. O processo de expansão no país veio apenas em 2016, adentrando outros estados, junto com o e-commerce.
A expansão também levou a Tea Shop Brasil a entrar no B2B, já que antes focavam apenas no consumidor final. Entre outras iniciativas, também adotaram o modelo de representantes comerciais após a pandemia, com o objetivo de capilarizar a marca e o produto, pois a pandemia trouxe um aceleramento do cuidado com a saúde, mas foi preciso adotar formas de comunicação diferenciadas.
Transformações pós pandemia
Esse cuidado com a saúde foi o ponto de partida para a expansão do mercado, que cresceu mais do que o dobro em relação ao consumo de outras bebidas não alcoólicas. O palestrante comentou que há uma paixão mundial e o consumo per capita obteve um crescimento de 53% nos últimos 10 anos.
A pandemia aflorou um pouco mais essa busca, que cresceu 10% na América Latina em 10 anos, dando novas dimensões ao negócio: a expansão do digital, por exemplo. Além das pessoas mais preocupadas com saúde e foco em maior cuidado e o must: foco em gastronomia como harmonização de alimentos.
No canal online, venderam três vezes mais do que no período pré-pandêmico, criaram também kits para elevar o ticket médio dos produtos vendidos no e-commerce, aumentando também o valor mínimo para o frete grátis com a ideia de que assim, os clientes colocariam mais produtos no carrinho, além disso, aumentaram o valor do parcelamento mínimo e ofereceram descontos para pagamentos por PIX.
Para o CEO, o mundo digital é uma ferramenta essencial para educar as pessoas, desde o processo de produção até os efeitos do chá.
O protagonismo do omnichannel
Os franqueados também passaram a atender os clientes remotamente, direcionando a experiência para o digital, buscaram também oferecer a experiência remota como se fosse presencial, desenvolvimento local da marca para comunicação local, programa de fidelidade com um cartão.
Outra novidade foi o Tea Club, o clube de assinatura de chás premium criado em 2021. A proposta é que o consumidor vivencie o melhor que o consumo de chá pode oferecer dentro de casa. A cada mês é produzida uma edição temática e o clube inclui mesclas de chá exclusivas para assinantes em primeira mão. O clube conta também com uma curadoria de conteúdo e workshop de chás, integrando loja física e online, desenvolvendo uma sinergia entre esses dois canais.
Bittencourt finalizou dizendo que a loja online não é concorrente da física, o omnichannel apareceu como alternativa para conectar as franquias ao e-commerce, como o compre online e retire na loja. Essa estratégia se transformou em mais uma fonte de receita para as franquias, pois essa modalidade oferece a venda para o franqueado, sendo também uma praticidade para o cliente que prefere retirar em loja, dando oportunidade de upsell na retirada de produtos.