O negócio de entrega de alimentos da Uber Technologies aposta que o aumento da demanda vai continuar após a pandemia de coronavírus e ajudar a tornar a unidade rentável no próximo ano.
O crescimento é impulsionado por novos clientes e clientes existentes que fazem pedidos com mais frequência, disse Pierre-Dimitri Gore-Coty, responsável pela operação de entregas da Uber.
A frequência dos pedidos tende a voltar aos níveis pré-pandemia, mas a expansão total permitirá que o negócio registre lucro em 2021, afirmou.
“Muito do crescimento que vemos hoje veio para ficar”, disse Gore-Coty em entrevista.
A demanda por entregas aumentou neste ano com mais pessoas em casa, um ponto positivo para a Uber cujos outros negócios foram afetados pela pandemia. Por dois trimestres consecutivos, a Uber ganhou mais dinheiro entregando comida do que transportando pessoas.
As entregas mais que dobraram no terceiro trimestre, mesmo com a queda de 24% dos usuários ativos mensais da plataforma Uber – categoria que também inclui clientes do aplicativo de transporte – para 78 milhões.
O aumento das entregas é um dos motivos pelos quais investidores têm apostado na companhia. As ações da empresa acumulam alta de 38% neste mês, em comparação com avanço de 9,3% do índice S&P 500.
Na América Latina, a Uber deixou de fazer entregas recentemente na Argentina e na Colômbia, parte dos planos de operar apenas em países onde vê um caminho claro para ser o principal player, disse Gore-Coty.
“Sentimos que os investimentos necessários para chegar nesse ponto não valiam a pena”, disse.
Expansão da Uber
A Uber pretende se expandir com a entrega de mantimentos e itens de farmácia, além de refeições preparadas. A empresa busca uma participação majoritária na startup chilena Cornershop – acordo que foi aprovado no Chile e está sendo revisado no México. Os termos não foram divulgados.
Em junho, a Uber também anunciou a aquisição de US$ 2,65 bilhões da empresa de entrega de alimentos Postmates, um negócio que deve aumentar sua presença geográfica e a variedade de restaurantes nos EUA. A transação deve ser concluída até o fim do ano.
Leia também: Uber Eats anuncia mudanças para competir com iFood e Rappi
Fonte: Money Times, com Bloomberg