Marcelo Vieira é especialista em e-commerce, com uma bagagem de anos em operações de e-commerce e marketplace no Brasil, além de ser membro do conselho de palestras do E-Commerce Brasil.
A palestra do executivo na Conferência Santa Catarina 2024 foi voltada para “descomplicar” o e-commerce para os lojistas que não veem os custos ocultos das operações do e-commerce. Além dos custos indiretos (como o atendimento, o marketing, entrega etc), muitos vendedores ainda precisam lidar com custos da comissão do marketplace.
Em primeiro lugar, um aviso: o modelo de vendas do marketplace pode fazer sentido para muitos lojistas, mas o alerta de Vieira nesta palestra são para aqueles que não estão conseguindo entender as contas e processos que “roubam” a rentabilidade de muitos profissionais que estão aplicando estratégias erradas.
“Eu preciso comprar o meu cliente todos os dias, mas o pior de tudo é que é preciso comprar o mesmo cliente mais de uma vez”, ele explica.
Segundo ele, a primeira venda é a do marketing e a segunda é da logística. Não importa para o consumidor quem fez a entrega, ele vai gravar a experiência da logística como se fosse da loja. Consumidores insatisfeitos tornam-se detratores, que criam ainda mais custos para a operação.
Principais pontos de atenção
1 – O executivo explica que é preciso ter um controle detalhado do que é cobrado ou realizado na operação, pois “nem sempre a menor comissão tem o melhor custo total”;
2 – Conseguir diferenciar o que são taxas fixas e o que é cobrado sobre o pedido (todos os itens) ou sobre o SKU especificamente;
3 – Compreender a totalidade dos preços ao usar o full ou delivery operado pelo marketplace, se é cobrado como serviço ou se ultrapassa a eficiência logística do custo de uma entrega própria. A conta deve contemplar, ainda, se a nota emitida contempla o ICMS, ou se comporta uma estratégia de frete grátis.
Modelo de negócios
“Todo mundo conhece o bom e velho Excel”, pontua Vieira. Isso porque, mesmo com diversas ferramentas, o lojista precisa ter esquematizado os custos e os lucros de maneira clara, como em uma planilha prática.
Além disso, ao compreender como é feito o controle pelo marketplace, o lojista consegue visualizar seus lucros, sabendo o que será pago por venda ou de forma geral pelo marketplace: “é crucial entender o que é devido contra o que é pago”, argumeta. Controle do SAC e dos status dos produtos também devem entrar na conta.
Finalizando, “para o marketplace dar certo pro lojista, é preciso ter estratégia e escala”.