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Verão e onda de calor tendem a impulsionar compra de ventiladores e ar-condicionado, informa pesquisa

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Hoje (22) começa o verão, seguido de uma primavera marcada por várias ondas de calor, que aumentou a demanda na busca de aparelhos que refrescassem os consumidores. A venda dos equipamentos já está em alta e com as temperaturas elevadas do verão 2023-24 – que promete ser um dos mais quentes – as aquisições deverão atingir níveis ainda maiores, isso porque as experiências desconfortáveis de calor serão um fator decisivo para as compras, que não são feitas por impulso, revelou análise da Nottus.

(Imagem: Freepik)

De acordo com Alexandre Nascimento, meteorologista e diretor da Nottus, as condições climáticas influenciam a escolha do consumidor. “Identificamos que a decisão de compra não é imediata. As pessoas ponderam durante os primeiros dias de calor e tomam essa decisão geralmente após a terceira noite maldormida”, diz o executivo com base em análise de dados e experiência com o varejo.

Onda de calor

Neste semestre, a busca por equipamentos de refrigeração disparou. Os dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) indicam que as vendas desses itens acumularam alta de 38% entre julho e novembro de 2023, em comparação com 2022. Os números conversam com as condições climáticas dos últimos tempos, onde foram registradas temperaturas até três graus acima da média histórica nos últimos meses. No Rio de Janeiro, a sensação térmica ultrapassou os 50ºC e os 40ºC em São Paulo, causando intenso desconforto.

Mesmo que a população tenha se surpreendido com as altas temperaturas, os meteorologistas já tinham a previsão de uma primavera mais quente que a média dos anos. Para o verão que chega, a tendência é ainda ter altas temperaturas, mas com cerca de três a quatro dias de calorão. “Essas oscilações térmicas podem gerar novos desconfortos e impulsionar novas compras para suportar os dias quentes de verão”, disse o meteorologista.

Demanda

Com um aumento das buscas, as empresas varejistas do setor de ar-condicionado e refrigeração precisarão preparar suas operações para não ficarem sem estoque. Dez anos atrás, o país enfrentou um período histórico de calor, o que ocasionou um aumento significativo nas vendas, elevação de preços e escassez de produtos nas prateleiras. No período, as filas de espera chegaram a até 15 dias, enquanto o agendamento para instalações poderia demorar ainda mais.

Alexandre Nascimento também comentou que a situação atual é ainda mais desafiadora, com o aquecimento global amplificando os efeitos de fenômenos como o El Niño. O meteorologista apontou que os eventos climáticos estão se intensificando e o que acontece em um ano pode não se repetir no período seguinte, por isso a consultoria meteorológica tem se tornado uma ferramenta fundamental para orientar as decisões do varejo.