O novo perfil de consumo gera um desafio para vendas em diferentes setores. Uma pesquisa da PwC mostrou que, em 2022, três em cada dez consumidores estão mais dispostos a testar novas marcas. Enquanto isso, 26% deles afirmam que, no último ano, deixaram de comprar uma determinada marca ou negócio que amavam. A maioria (55%) relaciona o abandono a uma sequência de más experiências.
A faixa etária entre dez e 25 anos, os nativos digitais, priorizam a felicidade e um estilo de vida saudável e equilibrado, segundo o Guia Geracional da WGSN. Isso porque eles cresceram vivenciando a instabilidade econômica e, além disso, preocupam-se com as questões climáticas. Consumo consciente é a palavra-chave dessa geração. Por isso, toda a cadeia de produção, desde os insumos às práticas internas, e até mesmo a maneira como cada empresa se comunica, se tornam tão relevantes.
Se formos pensar ainda mais adiante, a geração Alfa, nascida a partir de 2010, ampliará esse olhar do mercado para o impacto da marca no futuro. Os consumidores estarão muito mais preocupados com suas escolhas. E o que o marketing tem a ver com isso?
Tudo, absolutamente tudo. Vender online ou em ambientes físicos não se trata apenas de entregar um produto ou serviço de qualidade. Toda a cadeia produtiva, incluindo os valores e os princípios que muitas vezes não são colocados em primeiro plano, são considerados pelo cliente antes de ele clicar no botão “comprar”.
Quando pensamos no que está por trás dos negócios, identificamos que a otimização dos sites, a acessibilidade e um contato menos frio impactam diretamente na fidelidade dos consumidores. Marcas queridinhas se preocupam em criar experiências personalizadas que fazem com que o cliente se sinta um velho conhecido.
Conheça seu cliente
A linguagem é extremamente importante para esse contato, assim como entender os hábitos das pessoas para quem você está vendendo. A tecnologia pode ajudar nesse sentido. Colher e analisar dados no marketing digital não servem apenas para mapear e impactar clientes em potencial, mas também para embasar um planejamento inteligente voltado para a fidelização e para o retorno de clientes antigos.
Combinando tecnologias de personalização e automação para o e-commerce, conseguimos um índice altíssimo de clientes recorrentes no primeiro semestre de 2022. Mais de 46% dos clientes impactados pelo marketing automatizado voltaram a comprar no mesmo site. Para se ter uma ideia, sem a tecnologia, o índice é de aproximadamente 9%.
Uma análise cuidadosa dos hábitos dos consumidores permite um planejamento a longo prazo consistente. Investir no retorno de quem já é o seu fã gera mais valor para a sua marca – o sonho de toda marca são brand lovers que fazem de bom grado a tão desejada divulgação boca a boca. Isso também permite refinar sua oferta de produtos e serviços, mirando em personas de clientes bem determinadas.
O melhor de tudo é que há consumidores antenados do quanto o compartilhamento de dados pode ser positivo para eles. A própria pesquisa da PwC indicou que 82% das pessoas disponibilizariam informações pessoais se soubessem que isso resultaria em uma melhor experiência.
Importância de uma experiência personalizada
A coleta de dados dos clientes viabiliza a personalização de suas experiências de compra. A tecnologia permite compreender os interesses e os comportamentos de cada pessoa e se antecipar às suas necessidades. Não se trata de usar artimanhas para vender o máximo possível, mas sim de maximizar a satisfação do cliente, o que naturalmente resultará em mais vendas ao longo do tempo. Anúncios personalizados, sugestões de produtos via inteligência artificial, programas de fidelidade que façam sentido para segmento do público, tudo isso tem valor para os consumidores.
O levantamento da PwC é muito rico nesse sentido. Analisando a pesquisa, percebe-se que 87% das pessoas valorizam experiências personalizadas e consideram esse um fator importante para a sua fidelização a uma marca. Outro ponto interessante são os tipos de dados que as pessoas dizem estar dispostas a compartilhar para as marcas: idade e aniversário (48%), gênero (45%), raça/etnia (37%), contato e endereço de e-mail (67%), endereço de correspondência (40%) e telefone (35%).
Todas essas informações permitem otimizar a operação, repensar o portfólio de produtos e a forma como eles são entregues, além de compreender qual é a melhor linguagem e forma de comunicação. Há uma série de insights que esses dados podem trazer para fidelizar seu cliente ideal. Mais do que vender, fidelizar é a palavra certa para um negócio estável e escalável.