Com a aceleração dos processos de transformação digital e o surgimento de diversos e-commerces durante a pandemia de Covid-19, o mundo virtual tornou-se um ambiente muito competitivo. As empresas sempre buscam se destacar e oferecer a melhor experiência possível para os usuários e clientes em suas páginas.
Para garantir uma experiência satisfatória e uma entrega com qualidade, o e-commerce deve garantir que o software e outros sistemas estejam funcionando da maneira esperada. Essa certificação pode ser realizada por meio da pirâmide de testes, um conceito que auxilia na compreensão da quantidade e dos tipos de testes que devem ser aplicados durante a programação e o desenvolvimento de um projeto.
Pirâmide de testes
A pirâmide de testes pode ser definida como um esquema visual que ajuda no entendimento dos tipos, níveis, quantidades e complexidade de implementação dos testes antes da entrega final do projeto. A ideia é dividida em três etapas, da base ao topo da pirâmide. Vamos apresentá-las a seguir:
1. Testes de unidade
Os testes de unidade estão na base da pirâmide e são realizados na menor parte testável de um código. Como esses testes são feitos de maneira isolada, eles são muito rápidos e eficazes, uma vez que, caso haja alguma falha, é possível identificar com exatidão o local dela.
Devido à sua rapidez, é possível aplicar vários testes em um pequeno intervalo de tempo, otimizando o processo de verificação. Além disso, o teste de unidade pode guiar a escrita do código, facilitando o trabalho do desenvolvedor.
2. Testes de integração
Apesar da rapidez e da eficiência dos testes de unidade, eles não são suficientes para garantir que a entrega final não apresente falhas. Para aumentar a segurança, também é necessário realizar testes de integração, que estão no meio da pirâmide.
Esse tipo de teste é aplicado com o objetivo de investigar a integração entre um conjunto de unidades. As unidades até podem funcionar corretamente de modo separado, mas elas fazem parte de um sistema maior, como uma comunicação com banco de dados ou interfaces.
Dessa maneira, os testes de integração são importantes para verificar se há falhas que podem comprometer a execução do sistema. Por analisar um conjunto maior de códigos, o teste é mais complexo e leva mais tempo para ser executado, por isso ele é aplicado em menor escala.
3. Testes de ponta a ponta (E2E)
Os testes de ponta a ponta estão no topo da pirâmide e têm o intuito de simular o comportamento de um usuário real ao utilizar o software ou acessar uma página do e-commerce, por exemplo. Esses testes são ainda mais demorados e complexos do que os anteriores, já que vão analisar se o projeto final está funcionando da maneira esperada.
Por esse motivo, testes de ponta a ponta são aplicados em projetos específicos e estratégicos do e-commerce, como páginas de conversão ou cadastro, mas sempre voltados para a regra de negócio do cliente, pois identificam possíveis problemas que podem prejudicar a experiência do usuário. Além disso, quando acontece uma falha, é importante registrar os passos para facilitar a identificação da origem, pois o processo pode ser demorado e envolver muitos elementos.
Os testes E2E também podem ser divididos em alguns subtipos. Entre eles, destacamos três:
- Teste de carga: esse teste ocorre durante a pré-produção. Ele é aplicado para verificar a funcionalidade segundo a quantidade de acessos e fluxos esperados para o dia de lançamento do projeto. Na maioria dos casos, o cálculo é feito pelos times de tecnologia e comercial.
- Teste de stress: esse teste tem o objetivo de alcançar o limite de acessos que a página ou software suporta antes de apresentar uma falha, a fim de preparar o e-commerce para momentos de instabilidade e escalabilidade. Geralmente, ele é aplicado em etapas iniciais ou antes do lançamento de campanhas especiais, como a Black Friday.
- Teste de performance: esse teste é a união dos dois anteriores. Ele verifica qual o limite controlável do projeto, que está entre o limite esperado (que foi estabelecido pelos times) e o limite de stress (detalhado no teste de stress). Logo, tem o objetivo de identificar qual a faixa máxima de desempenho do projeto em um ambiente controlado.
Quadrantes de testes
Complementando o esquema da pirâmide de testes, o modelo de quadrantes de testes auxilia na visualização e acompanhamento de todos os níveis de testes. Esse modelo alinha os níveis e tipos de testes para assegurar que a testagem foi concluída, de forma eficaz, nas etapas do projeto.
Os quadrantes definem quais testes vão ser utilizados em cada momento, que podem ser manuais ou automatizados. O modelo divide-se em quatro partes:
- Quadrante 1: é o nível mais básico e voltado para os testes de unidade. Geralmente, são automatizados e incluídos na continuidade do trabalho.
- Quadrante 2: este nível verifica o comportamento do produto com foco na experiência do usuário. Dependendo do ponto principal da análise, podem ser aplicados testes manuais ou automatizados.
- Quadrante 3: este quadrante simula a funcionalidade do produto final a partir de cenários e dados realistas. São testes manuais e orientados para o usuário.
- Quadrante 4: o último quadrante engloba testes automatizados e orientados para analisar a operacionalidade do produto em situações críticas, com foco na tecnologia. Aqui estão testes como o de carga, stress e performance.
Portanto, na base da pirâmide estão os testes mais simples, rápidos e com menor custo para serem executados, enquanto no topo estão os testes mais complexos, que demandam mais tempo e investimento. O principal ponto para aproveitar os benefícios do conceito é alinhá-lo com a estratégia e os prazos de entrega.
Os testes devem ser aplicados de maneira equilibrada, conforme as necessidades do projeto, níveis de dificuldade e maturidade da equipe de execução. Dessa forma, a pirâmide de testes torna-se uma maneira eficiente de avaliar o projeto e resolver problemas antes de entregá-lo para o cliente ou fazer um lançamento oficial no seu e-commerce. Para saber mais sobre a importância da testagem durante as fases de programação, leia nosso artigo sobre testes A/B.
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