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BNPL e a forma inclusiva de comprar parcelado

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Sem a necessidade de se usar cartões de créditos, a modalidade que divide o valor das transações em boleto vira tendência entre a geração Z e os Millenials ao redor do globo

Compre agora, pague depois. Ou “buy now pay later”, em inglês, como preferir. Um modelo de crédito que já foi bastante popular no Brasil, principalmente após a década de 1950 com o boom das grandes varejistas e seus carnês, está novamente em voga e não apenas por aqui. Em países como Estados Unidos e Europa, onde compras parceladas não são tão comuns, e a cultura do parcelamento ainda é novidade, a possibilidade de dividir o valor de qualquer produto sem a necessidade de utilizar cartões de crédito tem conquistado o público e desburocratizado os modelos tradicionais.

Gabriel Lacombe, CEO da Koin, em fala durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022, define que o trabalho feito pela sua empresa presta um serviço “mais inclusivo” ao público, que muitas vezes sem acesso ao cartão de crédito, volta a ter poder de compra ao encontrar novas formas de parcelar suas aquisições. Com esta inclusão, sua empresa foi capaz de capacitar 75% de novos clientes, de acordo com dados apresentados em sua palestra.

Ainda o CEO aproveita para explicar como funciona a análise de crédito e a personalização do serviço para cada cliente no ato da compra, já que as situações ofertadas no ato variam, após o crédito do consumidor ser analisado.

“A gente leva em consideração na hora da tomada de decisão se o cliente está aprovado. Funciona em tempo real. Analisamos e entendemos na hora se aquela compra é condizente com a capacidade de pagamento. Caso for, apresentamos determinadas condições”, explicou.

Quem é mais beneficiado por essa mobilidade?

Com cerca de 34 milhões de pessoas desbancarizadas no Brasil, que não possuem conta ou ligações com bancos, a medida vem muito a calhar. Aliado ao fato das milhões de pessoas bancarizadas com limites baixos, a possibilidade de dividir compras e utilizar outros meios de pagamentos para concluir a negociação tem se tornado um grande atrativo. A novidade faz sucesso, sobretudo, entre os Millennials e a Geração Z. Cerca de 18% das pessoas entre 23 e 38 anos, assumem que já utilizaram parcelamento como forma de adquirir um produto em mais de três oportunidades

Lacombe cita outro ponto fundamental nesta situação que é o limite baixo que a maioria dos brasileiros possuem em seus respectivos cartões de crédito, que em média giram na casa dos R$1500. Com mais este limitador, compras de valores mais altos ficariam fora do alcance desses consumidores. Porém, com a possibilidade de parcelar valores em boletos a situação muda e o poder de compra aumenta, impulsionando o fluxo de vendas das empresas que optarem pelo modelo de BNPL.

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Por Lucas Jesus Couto, em colaboração especial durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022