Entre janeiro e setembro deste ano, o e-commerce brasileiro acumulou 30,5% no índice de indisponibilidade de produtos. O número representa 3,8 pontos percentuais (p.p.) a mais do que igual período em 2023, indicando uma ruptura em relação ao total de itens de uma loja considerando todo o catálogo. Os dados são do novo estudo E-commerce Quality Index (EQI) 2024, da Lett, solução da Neogrid.
Segundo o levantamento, a elevação do índice de ruptura foi impulsionada principalmente por lojas físicas com presença no e-commerce (bricks and clicks). Estas contaram com crescimento de 4 p.p., enquanto marketplaces e lojas exclusivamente digitais (pure players) retraíram 1,6 p.p.
“Existe uma diferença entre o sortimento de estoque nesses dois modelos de venda. Enquanto os marketplaces contam majoritariamente com centros de distribuição estratégicos, com maior variedade e quantidade de produtos, os brick and clicks dependem da disponibilidade do que cabe na loja física, nem sempre atendendo a todas as demandas dos consumidores”, explica Franklin Lima, diretor-executivo da Lett.
Destaques negativos
A indisponibilidade, de acordo com a pesquisa, expandiu em todos os segmentos de produtos analisados de janeiro de 2023 a setembro de 2024.
Os setores que registraram o maior crescimento no período foram o de alimentos e bebidas, com um incremento de 3,9 p.p., higiene, saúde e beleza (2,3 p.p.) e ferramentas e materiais de construção (2,9 p.p.).
Regional
Na análise por região, considerando do início do ano passado até setembro de 2024, o sul do país lidera a taxa de ruptura (30,3%). Na sequência, em equilíbrio, vêm o sudeste (29,3%) e o centro-oeste (28,2%), ao passo que o nordeste e o norte possuem taxas de indisponibilidade de 27,8% e 27,7%, respectivamente.
Já no quesito reposição, a região sudeste é a mais eficiente, seguida por centro-oeste, norte e nordeste empatados e pelo sul – a região mais lenta em repor o estoque desfalcado.
“Uma solução para a questão da indisponibilidade de produtos é aderir ao 3P. Esse modelo da venda de sellers por marketplaces otimiza toda a cadeia logística e ajuda a reduzir a taxa de ruptura. O estudo aponta que 41% das ofertas encontradas não estariam disponíveis se não fossem anunciadas por meio desse tipo de operação”, finaliza.
Para o estudo, mais de 748 mil páginas de produtos em 16 e-commerces foram avaliados.