De acordo com um estudo realizado pela Konduto, antifraude para e-commerces e pagamentos digitais, a taxa de tentativas de fraude no e-commerce brasileiro ficou em 3,49% no primeiro semestre de 2020, tendo aumentado em meio à pandemia do novo coronavírus.
No mês de março, quando muitos consumidores e varejistas migraram para o online, o comércio eletrônico registrou a maior taxa, com 3,99%. Ou seja, a cada 100 compras feitas no Brasil, quatro tiveram origem fraudulenta.
Os dados foram colhidos a partir da análise dos mais de 123 milhões de pedidos, que passaram pelos sistemas da empresa de 1 de janeiro a 30 de junho, e que foram feitos em mais de 4 mil lojas virtuais de todos os segmentos.
Contexto pré-pandemia e início da quarentena
O início do ano começou com dados que estavam dentro da normalidade. Em janeiro, o setor apresentou taxa de tentativas de fraude de 2,78%, enquanto fevereiro ficou em 3,05%.
De março para abril, houve queda de 28%, quando o índice passou de 3,99% para 2,85%. No entanto, nos meses seguintes, houve um novo aumento significativo, com a taxa em 3,59% em maio e 3,89% em junho.
Outro dado relevante é que o ticket médio dos pedidos fraudulentos no e-commerce seguiu bem acima das compras legítimas no primeiro semestre (R$ 641,38, contra R$ 302,22).
“Pudemos notar que os criminosos cibernéticos tentaram lucrar com a pandemia desde que a crise começou, aplicando diferentes tipos de golpes, como phishing, engenharia social e invasão de contas”, explica Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.
“Um dos objetivos é coletar dados para agir de forma fraudulenta, e isso inclui as compras no e-commerce”, completa ele. “O valor dos pedidos ilegítimos acaba sendo maior, porque os fraudadores visam principalmente produtos de alto valor agregado e poder de revenda”, afirma Canabarro.
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Comparação pré e pós-pandemia
O estudo também fez um comparativo entre o período pré e pós-pandemia. Ele levou em consideração o número de pedidos do e-commerce, as tentativas de fraude e o ticket médio entre 1 de janeiro e 15 de março como pré-pandemia, 16 de março a 9 de junho como quarentena e de 10 de junho até 31 de julho como a reabertura do comércio.
Segundo o levantamento, o número de pedidos realizados no período de quarentena teve um aumento de 90,74% em comparação ao pré-pandemia. Além disso, o volume de compras online quando o isolamento social foi flexibilizado em muitas regiões ainda é quase 105% maior do que nos primeiros meses do ano.
Já a taxa de tentativas de fraude também aumentou quase 15% se comparado os período pré-pandemia ao de reabertura. Antes da Covid-19, o índice ficou em 3,30%. No período de reabertura, já estava em 3,75%.
“Este número segue acima da média, o que é preocupante, uma vez que essa taxa pode causar prejuízos financeiros, danos à reputação e outros problemas para o e-commerce”, explica Canabarro.
“Por outro lado, a expansão foi menor do que a registrada nos pedidos legítimos desde que a crise começou”, conclui o executivo.
Os dados completos do estudo feito pela Konduto podem ser acessados aqui.
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