O número de latino-americanos conectados à internet cresce a cada dia. De acordo com um relatório divulgado pela GSMA em outubro deste ano, o percentual total da população da América Latina com acesso à conectividade móvel atingiu 61%, representando 410 milhões de usuários móveis. Os dados são da pesquisa TIC Domicílios 2023, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
O índice apresentado representa, de acordo com o estudo, um aumento significativo em relação ao último relatório de 2015, quando o total era de 36%. No Brasil, especificamente, 84% da população brasileira com 10 anos ou mais tinha acesso à internet em 2023, totalizando 156 milhões de pessoas
A perspectiva é positiva para a expansão dos serviços digitais e inovações, mas também está trazendo um aumento nos desafios de cibersegurança na região, exigindo que as empresas implementem soluções robustas contra fraudes e ataques online.
De acordo com o LATAM Veriff Fraud Index 2024, realizado com entrevistados do Brasil, Colômbia e México, as fraudes estão em ascensão na América Latina, com quase 80% dos consumidores que responderam encontrando atividades fraudulentas ou suspeitas pelo menos uma vez entre março de 2023 e março de 2024.
Em outros países analisados pela pesquisa, que entrevistou 1 mil indivíduos nos EUA e na Europa, mais especificamente no Reino Unido, Espanha, Itália e França), essa média foi de apenas 47,75%.
No Brasil
Enquanto cerca de 60% dos entrevistados relataram ter se deparado com atividades criminosas pelo menos quatro vezes em 2023, no Brasil, o número chega em aproximidamente 16% dos usuário visualizando atividades do tipo cinco ou mais vezes. Isso é mais do que qualquer outro país latino-americano registrou, segundo o Veriff.
Entre os brasileiros que enfrentaram o problema, ele é mais comum na faixa etária de 35 a 44 anos: quase 75% relataram situações semelhantes, o que, segundo a pesquisa da Veriff, pode estar relacionado ao fato de que esse grupo etário usa as ferramentas mais visadas pelos criminosos com maior frequência.
Etapas
Criar uma senha forte já não é suficiente para eles, tendo em vista que 85% dos entrevistados concordam que o reconhecimento facial oferece mais segurança do que senhas ou perguntas de segurança em comparação com quase 65% nas pesquisas dos EUA e Europa. Além disso, a adoção dessa medida não é um problema para os latino-americanos.
Segundo o estudo, 78% dos entrevistados na região afirmam que se sentiriam confortáveis usando o reconhecimento facial para acessar contas online. Na América Latina, quase 80% dos consumidores já utilizam a tecnologia, contraste grande em relação aos outros países do estudo, que registram 56,51% de adeptos.
Procura por segurança
Por esse motivo, os consumidores da região estão dispostos a adotar os meios necessários para garantir maior segurança. Dados coletados pela Veriff indicam que os consumidores latino-americanos exigem medidas robustas de segurança, especialmente em serviços financeiros, que é uma das áreas mais sensíveis a fraudes online.
Mais de 91% dos entrevistados exigem que os provedores implementem medidas de segurança, como verificação de identidade com documentos de identidade e selfies. Nos outros países analisados pela Veriff, essa exigência é feita por aproximadamente 72% dos consumidores.