A Talk Inc., empresa de pesquisas de mercado, produziu um estudo inédito para a Meta, intitulado “Future now: as tendências culturais e comportamentais que vão impactar 2025”, divulgado no Meta Festival, na última quinta-feira (07), em São Paulo. A pesquisa identificou quatro tipos comportamentais que deverão moldar o comportamento online e o mercado a partir do próximo ano.
A primeira tendência, “Chronically Onlife”, trata da fusão constante entre os mundos online e offline, que se manifestam simultaneamente em fenômenos como a circulação de memes antigos que ganham novo contexto. Segundo Carla Mayumi, confundadora da Talk Inc., “isso vira um artefato cultural que perpassa nossa vida chronically onlife”.
Casos como o vídeo viral da fã mirim da Xuxa, “que Xou da Xuxa é esse?”, foi relembrado e descoberto por gerações variadas, e o conteúdo “brat” da cantora Charli XCX, que exemplifica o “looping infinito de criatividade”, reforçam a ideia de que a vida digital já não é separada da física.
No “Fanverse”, a segunda tendência, os fãs constroem comunidades ativas e engajadas, transformando-se em ativistas do que consomem e criadores de conteúdo. A pesquisa revela um aumento nas buscas relacionadas ao termo “fandom”, abrangendo temas variados como novelas, música e esportes. Exemplos incluem o namoro entre a cantora Taylor Swift e o jogador da NFL, que vem movimentando o interesse pelo esporte, alavancado também pela participação ativa dos fãs.
A terceira tendência, “AI-awareness”, descreve a ascensão da inteligência artificial como tema popular em 2024, com a simbiose entre humanos e máquinas afetando a criatividade e a autoria. Segundo Mayumi, “estamos vivendo o ano da IA se tornar um tema pop e massivo”, o que inclui desafios como a homogeneização do conteúdo.
A pesquisa destaca que 65% dos participantes aprenderam a usar IA de forma autodidata, enquanto ferramentas como avatares em live commerce na China já aplicam IA em vendas ininterruptas.
Por fim, “Anthropomorphism” aponta para a crescente humanização de objetos e animais, fenômeno onde as pessoas projetam características humanas em pets, plantas e assistentes digitais, como Alexa. No Brasil, 13% dos entrevistados afirmam usar o ChatGPT como amigo ou conselheiro, indicando a expansão dos limites de humanização das máquinas.
A pesquisa ainda aborda o conceito de “soft power”, mecanismo de influência cultural utilizado por países como a Coreia do Sul, para moldar preferências globais através da disseminação de narrativas e conteúdos culturais, como ocorre com o K-pop.