A aplicação de estratégias relacionadas ao consumo por meio das mídias sociais deixou de ser tendência. Agora, a pergunta que players do e-commerce se fazem é de como acompanhar as rápidas mudanças no comportamento do consumidor por meios dessas ferramentas.
O esclarecimento das formas de raciocinar negócios agora foi feito por Fabrício Fudissaku, head de Insights do Facebook IQ na América Latina. O profissional reforçou que a utilização de mídias sociais é uma realidade para consumir, mas o que querem as pessoas?
“O primeiro passo é ter em mente que as necessidades dos consumidores estão acima das ofertas das marcas. O caminho para qualquer empresa é nortear-se com base no comportamento dos usuários e, por meio disso, ocupar os mesmos espaços que eles”, diz.
Mas quais são os pontos principais para acompanhar o comportamento do consumidor e dividir os ruídos dos sinais? Fudissaku lista algumas formas de fazer isso:
1. Foco no presente (premissa básica)
Entender o agora para preparar-se ao futuro.
2. Qualitativo somado ao quantitativo
Ter conhecimento e usá-lo de forma objetiva, combinando metodologias e recorrendo aos caminhos mais benéficos.
3. Monitoramento no pulso
Entender que o crescimento não acontece em linearidade. A curva das novidades é exponencial e manter-se atualizado ajuda a monitorar situações.
4. Metodologia de trend spotting
Caminho por quatro etapas:
- Observar: acompanhar o movimento do mercado
- Hipótese: traçar estratégias e caminhos possíveis
- Validação: estudo com consumidores
- Projeção
Estrutura das tendências
Além de aprender a seguir o fio da meada no comportamento do consumidor, saber o porque uma tendência surge também é importante. É uma das formas, segundo o especialista, de imergir ainda mais em um novo universo e criar os produtos certos.
“O plano inclui três etapas: Contexto (por que isso acontece agora?), desenvolvimento das tendências (ferramentas, população, cenário) e projeção (e depois?). Durante a pandemia, por exemplo, alguns formatos de consumo foram modificados. Um dos fatores criados foi a regra dos 66 dias, que é o tempo necessário para um novo hábito ser criado. Este é apenas um dos gargálos que mostram o dinamismo desenvolvido nos consumidores”, complementa.
A seguir, Fudissaku encerrou com mais uma listagem, dessa vez de tendências de impacto direto no comportamento do consumidor. Veja:
1 – F.O.G.O (Fear Of Going Out)
As pessoas estão valorizando a segurança de consumir de dentro de casa. Por conta disso, 56% declaram que reduziram visitas a pontos físicos de venda e 51% pretendem comprar de marcas com opção de assinatura. São inovações que atendem a necessidade do contactless, bem como a opção de comprar online e retirar na loja.
2 – Inovação tecnológica
O investimento em realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) nos próximos anos deve aumentar ainda mais. Atrelado a isso, mais pessoas devem usar e se interessar por essas tecnologias. Atualmente, 65% dos consumidores querem conhecer melhor um produto sem ir à loja, o que cria um ambiente favorável à essas novidades.
3 – Compra invisível
A ideia de comprar um produto sem saber exatamente o que está pagando também pode ser cada vez mais atraente. Uma espécie de promoção com um preço atrativo para um produto “surpresa” atrai o comprador atual.
4 – Demandas reprimidas
Viagens, confraternizações, práticas de esportes e outros eventos postergados em meio à pandemia irão acontecer.
5 – Social gaming
Plataformas de jogos serviram para encontros sociais durante o isolamento. A pandemia ajudou nessa evolução da “mesa de bar do futuro”, estimulando companhias a investirem neste tipo de evento híbrido ou 100% virtual.
Por Lucas Kina, em cobertura especial para o Fórum E-Commerce Brasil.
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