Segundo levantamento da 2PM, 13 das 20 principais marcas de vendas diretas ao consumidor (DTC) pertencem ao setor de moda e vestuário. Empresas como SHEIN, Chewy e Gymshark figuram no ranking, destacando a força do segmento no e-commerce.

Em 2025, a expansão digital, a globalização e as mudanças nos hábitos de consumo impulsionam a transformação da indústria da moda. No entanto, a inflação e os desafios na cadeia de suprimentos tornam o cenário mais incerto. Segundo a Shopify, abaixo estão as tendências e estratégias que estão moldando o setor este ano:
Revenda de roupas cresce globalmente
O mercado de revenda de vestuário tem se expandido rapidamente. Em 2022, o segmento cresceu 24%, com projeções indicando uma avaliação de mercado de US$ 218 bilhões até 2026. Nos Estados Unidos, a moda de segunda mão cresce oito vezes mais rápido do que o mercado geral de vestuário.

Empresas do setor estão acompanhando essa tendência. A Dôen, marca premium da Califórnia, lançou o programa Hand Me Dôen, incentivando a revenda de roupas usadas em troca de créditos na loja. No Reino Unido, a SHEIN também entrou no segmento e lançou sua própria plataforma de revenda.
Personalização melhora a experiência do consumidor
O uso de dados para personalizar a jornada do consumidor segue em alta. Um estudo da Shopify aponta que 44% dos clientes aceitam compartilhar informações pessoais para obter recomendações de produtos. Contudo, preocupações com privacidade geram desafios para marcas que abusam da estratégia.

O gráfico mostra que 61% dos consumidores apenas compartilham informações pessoais em casos necessários, enquanto 57% estão cada vez mais preocupados com o uso desses dados.
Além disso, 44% aceitam que marcas de sua preferência utilizem suas informações para oferecer conteúdos e ofertas relevantes, mas 40% já deixaram de comprar de uma marca devido a preocupações com o uso de dados pessoais.
Metaverso atrai marcas de moda
Apesar de o conceito de metaverso ainda estar em desenvolvimento, marcas de moda já investem no setor. A Under Armour, por exemplo, lançou um sneaker NFT em parceria com Steph Curry, permitindo sua utilização em três metaversos diferentes. A Forever 21 criou uma loja virtual no Roblox, onde jogadores podem administrar suas próprias lojas dentro do jogo.
Enquanto no mercado de luxo, a Versace fez uma colaboração com o jogo Fortnite para aproximar os produtos da marca aos consumidores por uma experiência imersiva e interativa. Outras gigantes como a Adidas também se aventuraram no universo digital ao lançar uma coleção phygital no Roblox, por exemplo.

Sustentabilidade ganha espaço no mercado
Com o aumento da conscientização ambiental, 52% dos consumidores afirmam que preferem comprar de marcas que compartilham seus valores sustentáveis. Empresas como Patagonia e Beyond Retro colocam a sustentabilidade no centro de seus modelos de negócio, promovendo a revenda e o reuso de produtos.
Recentemente, o projeto Atacama RE-commerce, lançado pela VTEX em parceria com Fashion Revolution Brasil e Desierto Vestido, recupera roupas descartadas no deserto do Atacama para distribuir em e-commerce. A iniciativa chama atenção para o impacto ambiental da indústria da moda.
Para acompanhar o crescimento da demanda por moda sustentável, marcas de luxo como Louis Vuitton e Bottega Veneta começaram a oferecer serviços de reparo para prolongar a vida útil de seus produtos.
Redes sociais impulsionam vendas no e-commerce
As redes sociais têm se consolidado como canais de vendas. O TikTok e o Instagram são destaque, permitindo que consumidores visualizem produtos sendo usados por influenciadores. O live shopping também cresce, com marcas registrando taxas de conversão de até 30% por meio de transmissões ao vivo.
Com a chegada do TikTok Shop no Brasil, a tendência é que o live commerce ganhe ainda mais força. Outras empresas como Shopee e Kwai já entraram na disputa, oferecendo lives com vendas diretas, atraindo a atenção dos consumidores pelo formato dinâmico e interativo.
Varejo físico volta a ganhar força
Embora o e-commerce tenha se expandido, muitas marcas estão retomando as lojas físicas para complementar as vendas. Segundo pesquisa da Shopify, 54% dos consumidores pesquisam produtos online antes de comprá-los presencialmente. Empresas como Gymshark e Culture Kings investem em espaços físicos para oferecer experiências imersivas.
Expansão do e-commerce de moda
O setor de moda online deve crescer a uma taxa anual composta de 14,2% entre 2017 e 2025, segundo a Statista. A expansão global, o aumento da penetração da internet e a influência de celebridades e influenciadores impulsionam esse crescimento.
No Brasil, o segmento alcançou a segunda posição no ranking de faturamento do comércio eletrônico brasileiro no segundo trimestre de 2024, com R$ 7,1 bilhões.
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