O impacto iminente das tarifas impostas pelos Estados Unidos à China começa a ser sentido na prática. Na semana seguinte ao aumento dos preços para cobrir o ‘tarifaço’, Temu e SHEIN sofreram retração de dois dígitos em suas vendas. Os dados são da Bloomberg Second Measure, que analisou dados de cartões de crédito e débito nos EUA.

As informações, coletadas entre 25 de abril e 1º de maio, identificam diminuição de 23% e 17% nas vendas de SHEIN e Temu, respectivamente. O índice é uma comparação com a semana anterior, quando os preços dos produtos ainda não tinham sido afetados. Antes disso, aliás, um aumento foi registrado em ambos e-commerces, tendo em vista a antecipação do consumidor aos efeitos das tarifas.
Além disso, o fim da brecha fiscal “de minimis” também é responsável pela alta nos preços. A medida beneficiava as plataformas chinesas com isenção fiscal para pequenas encomendas de fora dos EUA.
O risco de mais altas nos preços ultrapassa os players asiáticos, tendo em vista que Amazon, Walmart e Target também podem sofrer com isso. Apesar de serem empresas norte-americanas, suas cadeias de fornecedores, em certa parte, se encontram na China. Sem poder absorver os desdobramentos das tarifas, estas empresas podem transferir o custo às grandes varejistas dos EUA. Na ponta, o cliente final pode pagar por isso.
Preços de SHEIN e Temu
As gigantes chinesas aumentaram o custo dos produtos ao consumidor em até 377% desde 25 de abril. No caso da SHEIN, 100 produtos vendidos na categoria de beleza e saúde foram impactados com alta média de 51%.
Nos itens de casa, cozinha e brinquedos, os preços cresceram 30%. O caso mais extremo foi registado num conjunto de dez toalhas de cozinha, cujo preço subiu 377%. Na moda feminina, o aumento foi de 8%.
A SHEIN, aliás, tem cerca de 28% do seu volume de negócios global concentrado nos EUA. Até por isso, como estratégia comercial, está voltando mais seus olhos para mercados emergentes. O Brasil é um deles.
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