O que é a silver economy ou economia prateada? Segundo o Oxford Economics, trata-se da soma de todas as atividades econômicas associadas às necessidades das pessoas com mais de 50 anos e aos produtos e serviços que elas consomem ou um dia irão consumir.
Geração X e Babies Boomers
A Geração X (nascidos em meados dos anos 60 e início dos anos 80) e os Babies Boomers (nascidos entre 1945 e meados dos anos 60) estão se sentindo invisíveis enquanto consumidores. Foi o que apontou o estudo da consultoria Hype60+, consultoria de marketing especializada no consumidor sênior. Diante disso, é importante criar a visibilidade para o que está acontecendo no Brasil. Afinal, na próxima década 1/3 da população será sênior. Considerar o gênero também é fundamental, pois mulheres e homens encaram o processo de envelhecimento de maneiras diferentes.
Veja também: Com renda 9% superior à média da população, idosos elevam o consumo
Os babies boomers são idealistas, revolucionários e coletivos, o que reflete num consumo mais ideológico. Curtem televisão, jornal, revistas, livros, carros, música e cinema, por exemplo.
Quando nos referimos às pessoas da geração X, geralmente são materialistas, buscam a individualidade sem a perda da convivência em grupo. São adeptos do consumo que gera status, no qual escolhem os produtos de marcas consagradas, tais como os carros e artigos de luxo. Buscam os seus direitos, gostam de liberdade e são muito competitivos.
Mais avós do que netos
Segundo dados da World Population Agein citados na pesquisa Tsunami 60+, pela primeira vez a população com mais de 60 anos passa a de 5 anos. “Temos mais avós do que netos no Brasil e não falamos disso, continuamos falando só de millennials. O país está envelhecendo e fingimos que não estamos vendo”, disse Mariana Fonseca, uma das autoras do estudo. Mais da metade que já se aposentou continua trabalhando.
Um raio-x da geração prateada no Brasil, realizada pelo SPC Brasil, demonstrou que:
- 94% dessas pessoas são responsáveis por manterem as suas respectivas famílias;
- 52% estão dispostos a pagar mais caro por causa da qualidade do produto/serviço;
- 64% são os únicos responsáveis pela tomada de decisão na hora da compra;
- 48% preferem consumir do que economizar;
- 66% possuem uma vida financeira melhor atualmente;
- 45% têm dificuldade em encontrar produtos específicos.
Fica bastante evidente que existem diversas oportunidades de negócios para esse tipo de público.
Economia prateada
A economia prateada é considerada a terceira maior atividade econômica do mundo. É uma indústria que movimenta US$ 7,1 tri anuais. Nos Estados Unidos, por exemplo, metade da população entre 52 e 70 anos passa pelo menos 11 horas por semana online.
A ONU aponta que haverá mais de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais até 2050, em comparação com cerca de 900 milhões em 2015.
Prateados no Brasil
No Brasil, esse público responde por 23% do consumo de bens e serviços, com uma renda anual estimada em R$ 940 bilhões. Ainda assim há uma obsessão da publicidade em conversar com o público por meio dos jovens, embora eles tenham menos dinheiro e menos vontade de consumir.
De acordo com dados da Euromonitor, o Brasil é o quarto país com maior número de usuários de internet.
Algumas dicas para se comunicar com esse público no e-commerce:
- Cada pessoa é o resultado de suas experiências. Não dá para encarar esse grupo como um público homogêneo;
- Entenda bem o comportamento do público-alvo. Ou seja, o que vê, o que ouve, o que sente e, principalmente, suas dores;
- A usabilidade é um fator essencial e o design é bem importante. Utilize letras grandes, cores fortes e com contraste para facilitar a leitura;
- O fluxo de venda deve ser simples, com o menor número possível de cliques;
- É muito importante ouvir o seu cliente, disponibilizando um canal que facilite esse processo;
- Utilize imagens de pessoas reais, colocando esse público como protagonista;
- Não pense na imagem tradicional da vovó e do vovô. Eles são digitais e, principalmente, utilizam Facebook e WhatsApp;
- A linguagem deve ser simples e direta;
- Nem vitimizar, nem idealizar o idoso. Vale ter empatia e entender a história que está por trás daqueles que usam os seus produtos.
Economia prateada é madura
Para Joseph Coughlin, se criamos algo desenhado para os 60+ (consumidores mais exigentes), certamente o produto também funcionará para o resto das pessoas. Será um item com design universal, intergeracional e inclusivo — sem precisar necessariamente ser voltado apenas para o público da terceira idade.
O público maduro é digital, e quem ainda não se atentou para isso muito provavelmente está perdendo vendas.
Essa tendência me fascina. Em minha própria família, percebo como inovações de tecnologia e comércio eletrônico enriquecem a vida de meus pais e sogros, principalmente, minha mãe, é super conectada. Ver e conversar com os netinhos que estão longe faz parte do cotidiano deles. Em termos gerais, estou interessada em saber como as necessidades deste público crescente inspirarão avanços tecnológicos e impulsionarão o crescimento econômico em todo o mundo.