Uma das maiores preocupações do empreendedor é descobrir como não deixar a inflação afetar suas vendas.
O Brasil está hoje na quarta colocação com um dos países com a maior taxa de inflação, considerando a lista das 20 economias mais ricas do G20.
E engana-se quem acha que somente os consumidores sofrem com esse problema. Afinal, os empresários passam por dificuldades para manter os seus negócios de pé e lucrando em meio à crise.
Por isso, hoje vamos explicar melhor sobre o que é inflação, como ela impacta as empresas e principalmente como o negócio pode minimizar os efeitos dessa condição econômica. Continue com a gente!
Dados da inflação em 2022
No Brasil, o principal indicador da inflação é o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Inicialmente, a projeção do mercado financeiro apostava em uma inflação de 7,89%. Em março, os números aumentaram em 1,62% e em abril essa taxa ficou em 1,06%, conforme apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mês seguinte, maio, teve a maior inflação para o período desde outubro de 2003: um salto de 12,83% no acumulado dos doze meses.
O último levantamento do IBGE, divulgado em julho, mostrou que o valor do IPCA está em -0,68%, o menor valor alcançado pelo índice desde 1980. Além disso, a taxa acumulada dos 12 meses está em 10,07%.
Como esses números impactam o meu negócio?
Apesar de alguns economistas acreditarem que esses números são animadores por sinalizar uma melhora na economia, o mercado e os consumidores ainda sofrem com a alta dos preços e a redução do poder de compra.
Isso porque há outros fatores que prejudicam esse bom desempenho, como é o caso do aumento nas contas de luz, telefone, combustível, energia, aluguel, insumos e alta do dólar.
Ademais, a crise gerada nos empreendimentos devido à pandemia é mais um sinal de alerta para que os gestores foquem no planejamento, exigindo mais cuidado e decisões estratégicas.
Uma vez que o poder de compra está reduzido, as empresas precisam achar maneiras de não perder os clientes. A seguir, veja como seu estabelecimento pode minimizar os efeitos da inflação e continuar lucrando mesmo durante esse período.
Como não deixar a inflação afetar suas vendas: 11 dicas
Administrar um negócio implica assumir inúmeras responsabilidades. Uma delas é justamente enfrentar períodos de recessão financeira, como este ocasionado pela atual inflação.
Contudo, temos algumas dicas para que você, dono de um pequeno ou médio negócio, possa reverter essa situação e continuar lucrando nessa fase. Veja o que você pode fazer para não deixar a inflação afetar suas vendas!
1. Reduza gastos com energia, telefone e água
A primeira dica para reduzir os impactos da inflação na sua empresa, não deixando que ela afete suas vendas, é monitorando as despesas básicas do negócio, como as faturas de água, telefone e energia elétrica.
Essas contas são reajustadas de acordo com a inflação, por isso devem ser poupadas ao máximo possível. Assim, é preciso criar maneiras de reduzir os valores pagos atualmente.
Aqui, um controle dos gastos é a melhor ferramenta para entender onde o seu empreendimento precisa reduzir despesas, especialmente aquelas que são desnecessárias.
Felizmente, graças à tecnologia, hoje as empresas podem ter acesso a essas informações de forma prática e ágil por meio de sistemas de gestão ERP.
Essa tecnologia integra todas as áreas do empreendimento e apontam aquelas com maiores gastos.
Agora, tratando de um modo mais simples sobre a economia dos planos telefônicos, basta trocar por outro que seja mais barato e que dê conta das demandas da organização.
Há também outras alternativas de redução de custos que incluem:
- Redução de gastos com energia elétrica, através do aproveitamento de ambientes com iluminação natural;
- Diminuição das despesas com água, por meio do reuso;
- Utilizar equipamentos que gastam mais energia elétrica com responsabilidade, com o intuito de não exagerar e com isso aumentar a fatura mensal.
2. Precifique os produtos e serviços conforme os gastos
Quando o preço de alguns produtos é aumentado, toda uma cadeia produtiva sofre com os efeitos inflacionários.
Um exemplo clássico é o preço da gasolina, que por sua vez impacta no preço dos transportes, e que por isso gera aumento na aquisição de matérias-primas e produtos.
Como já dissemos, não é apenas o consumidor que paga o preço (literalmente) pela alta na inflação. Todos são afetados de um modo ou de outro, prejudicando o poder de compra. Isso acontece, pois toda compra acaba saindo mais cara no final.
Sabemos que precificar produtos e serviços não é uma tarefa tão simples, mas isso ganha ainda mais relevância durante um momento de crise econômica como este.
Então, você deve ajustar o valor do seu produto ou serviço de forma proporcional ao aumento dos seus gastos, mas sempre priorize um preço que as pessoas consigam pagar.
Assim, você garante que não haja queda nas vendas nem prejuízos com baixo lucro.
E comentando o que dissemos na primeira dica, outra alternativa consiste em criar estratégias para prevenir esses altos repasses ao consumidor, evitando que ele fique sem opções para comprar seu produto, o que é ruim para ambos.
Para ajudar nessa empreitada, é primordial dispor de um controle de caixa adequado que esteja vinculado a uma boa gestão financeira.
3. Deixe os investimentos para outro momento
Considerando que os custos estão altos, é importante eliminar planos com riscos elevados, como pedidos de empréstimo e/ou financiamento. Desde que não sejam urgentes, essas opções não são boas neste momento.
Isso porque, em épocas de alta inflação, a aquisição de novos equipamentos ou a instalação de novas unidades pode esperar, dado que não são uma necessidade essencial.
Portanto, realize investimentos apenas se forem extremamente necessários para a continuidade da oferta de produtos/serviços.
Por fim, opte por opções que caibam no orçamento da empresa, não colocando-a em risco.
4. Preste atenção aos indicadores da inflação
Somente acompanhando os indicadores de inflação, como o IPCA, é que você poderá controlar as finanças da sua empresa, uma vez que é possível entender como os preços estão, seja numa fase de baixa, alta ou estabilidade.
Também é importante estar por dentro desses dados para não ser passado para trás. Imagine que um fornecedor esteja cobrando uma taxa abusiva, por exemplo.
Ao notar que isso está acontecendo e caso não haja uma negociação, o ideal é trocar de parceiro comercial.
5. Reduza o peso dos produtos
Uma tática bastante utilizada pelos empreendedores é reduzir o peso dos produtos ou mudar a qualidade da mercadoria, visando manter um custo menor de produção e com maiores perspectivas de lucro.
O objetivo é simples: como os consumidores geralmente buscam preços mais em conta, sem reparar na quantidade (ainda que o aviso esteja no rótulo), geralmente ele vai optar por comprar mais de uma unidade do produto, o que, no final das contas, garante mais lucro ao vendedor.
Dessa maneira, a marca se mantém competitiva no seu setor de atuação.
Essa estratégia pode ser facilmente encontrada em supermercados, onde as embalagens contêm um aviso sobre a diminuição das gramas e/ou espessura.
Alguns especialistas defendem que os produtos com alteração na fórmula/peso devem ser separados em prateleiras diferentes do mercado.
Porém, isso pode ser uma forma de espantar o cliente, o que faz os empresários optarem pela unificação dos dois tipos de produtos.
Aliás, é importante frisar que essa redução expressa nos pacotes é do fabricante, tendo que estar exposta por pelo menos seis meses.
6. Renegocie dívidas e prazos com fornecedores
Diante das inúmeras perdas financeiras dos últimos tempos, uma das formas de minimizar prejuízos no faturamento é renegociar dívidas e novos prazos com os fornecedores.
É fundamental ter jogo de cintura para conversar com esses parceiros, explicando com detalhes a sua situação e mostrando que ambos precisam um do outro para a continuidade de seus negócios.
Veja também se há outra matéria-prima que possa substituir a que já é utilizada no seu comércio, desde que ela não prejudique a qualidade dos itens que você vende.
7. Reveja as opções de frete
Quando falamos de compras no e-commerce, o problema do frete é um dos fatores mais problemáticos, visto que ele está relacionado ao aumento dos preços da gasolina e do diesel, por isso sua elevação junto desses outros dois itens.
Nesse sentido, uma opção favorável é apostar em fretes mais econômicos para o cliente, mesmo que os produtos demorem a chegar ao destino. Converse com os seus clientes e explique a situação.
Provavelmente eles vão entender e concordar com o esticamento do prazo, já que irão economizar no custo total do pedido.
8. Considere um aumento de giro
Aumentar o giro de produtos signfifca vender mais, criando mix de produtos e adicionando assim ao giro do negócio.
Quanto mais a empresa vender, mais ela vai aumentar sua margem de contribuição, que é a diferença de seus custos, preços de venda, junto das contas a pagar, vencidas e liquidadas.
9. Cuide da gestão do estoque
A administração do estoque é outro ponto que merece bastante atenção na hora de criar estratégias para não deixar a inflação afetar suas vendas.
Em primeiro lugar, não é interessante manter um estoque levado armazenado, até pela questão do custo de manutenção.
Por outro lado, é importante manter um nível de produtos razoável para que o negócio se previna quanto às altas nos preços dos produtos e nos insumos necessários na produção dos itens, se for o caso.
O ideal é possuir uma média de 35 de estoque armazenado, com o objetivo de sempre dispor de produtos com custo competitivo junto dos consumidores.
10. Solicite o parcelamento de débitos, caso necessário
Em alguns casos, a empresa tem dificuldades para honrar seus compromissos, o que acarreta na geração de dívidas.
Logo, nem sempre dá para contar com a sorte, ou seja, é necessário solicitar soluções de apoio no pagamento das contas.
Afinal, é comum que muitos negócios infelizmente tenham dificuldade para lucrar e, em algum momento, sofram com a falta de recursos.
Diante disso, o governo federal, através do Programa de Reescalonamento de débitos do Simples Nacional (Relp), oferta aos empresários a possibilidade de parcelar débitos em até 15 anos, oferecendo descontos em juros, multas e tributos legais.
A condição de inserção no programa é o pagamento de uma entrada que pode ser feito em até oito vezes, só que sem descontos.
É importante acentuar que a iniciativa conta com datas para inscrição, daí a importância de se programar caso você queira aderir a esse sistema de ajuda no parcelamento das dívidas.
11. Reconsidere as retiradas mensais
Se você tem uma empresa junto com outros sócios, com certeza há a preocupação com a retirada do pró-labore.
Isso requer uma reeducação financeira por parte dos empresários, de modo que ela reduza suas despesas pessoais e não tenha a necessidade fazer uma retirada maior dos lucros do negócio, pelo menos enquanto a empresa atravessa a fase de inflação.
É imprescindível avaliar as condições do estabelecimento, seus lucros e dívidas e, só depois disso, verificar o quanto pode ser retirado.
Resumo
No conteúdo de hoje, pudemos entender que a inflação é um fenômeno econômico que, traduzido para uma linguagem simples, significa um aumento nos custos dos produtos e serviços, reduzindo o poder de compra do cliente.
Assim como o consumidor, os empreendedores também sofrem com a alta dos preços, já que precisam encontrar maneiras para driblar a crise, continuando a vender suas mercadorias em meio ao recesso na economia.
Ainda que seja um período desafiador, mostramos algumas dicas para que você, pequeno ou médio empresário, possa ajustar no seu estabelecimento, de modo que suas vendas não sejam tão impactadas pela inflação.
Nossa dica final é a utilização de um sistema ERP, pois ele ajuda na redução de custos do negócio, já que indica quais áreas estão desperdiçando recursos.
Aproveite então para descobrir agora como um software de gestão ajuda a reduzir custos operacionais. Boa leitura e até a próxima!
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