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Seu negócio está preparado para a retomada do comércio?

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Por: Bernardo Carneiro

Formado em Administração com Ênfase em Finanças e Mestre em Estratégia pelo IBMEC, também é graduado pela Harvard Business School (OPM 49). Possui mais de 15 anos de experiência em e-commerce, participou da fundação da Braspag, Netcredit, MoIP e Site Blindado. Atualmente é sócio diretor na Stone Pagamentos.

Seis meses após o início da campanha de vacinação, a queda da média geral de mortes por Covid-19 e a diminuição das internações têm aumentado a confiança em relação ao cenário em que estamos prestes a viver. Neste mês, o Governo de São Paulo ampliou o horário de funcionamento das atividades econômicas das 21h para as 23h, além de ter aumentado a capacidade máxima de ocupação para 60%. Dito isso, com a recuperação gradativa das atividades comerciais, o processo de reabertura total já deve começar a ser pensado, seja para os consumidores, seja para os comerciantes. [caption id="attachment_112487" align="aligncenter" width="1200"]default É preciso entender o que deu certo durante esses tempos difíceis e tentar conciliar com o que já funcionava antes da pandemia.[/caption] Vocês assistiram aos jogos da Eurocopa? Estádios cheios, clima de festa, comemorações nas ruas. Parece muito distante da realidade do Brasil, mas nem está tão longe assim. Após a flexibilização das restrições de combate à Covid-19 na Europa, o retorno das pessoas às atividades que eram proibidas por causa do vírus e a explosão do consumismo foram surpreendentes. A França é um exemplo disso. Como informado pelo Ministério das Finanças, em junho deste ano, os gastos aumentaram 18%, se comparado ao mesmo período em 2019. Além disso, as compras de produtos eletrônicos subiram mais de 45%; com roupas, quase 30%; e com hotéis e restaurantes, mais de 10%. Será que os empreendedores brasileiros estão prontos para lidar com uma situação como essa? Considerando a previsão de que pessoas maiores de 18 anos estarão vacinadas no quarto trimestre deste ano — onde se concentram datas importantes para o varejo como a Black Friday, o Dia das Crianças e as festas de final de ano —, o cenário que vimos na Europa meses atrás pode estar próximo. Os varejistas precisam estar prontos para isso. O mercado, que durante a pandemia se adaptou para um modelo principalmente digital, pode ser imprevisível na reabertura. O vendedor mudou, assim como o consumidor. Portanto, dependerá de ambos o rumo que os comércios irão tomar nos próximos meses. A mudança no modelo de negócio pode depender do produto oferecido. Algumas estratégias que foram necessárias durante a pandemia, demonstram-se muito práticas, e não faz sentido voltar atrás. Muitas farmácias, por exemplo, adotaram o “clique e retire”, que se demonstrou útil, pois diminui as filas, além de economizar o tempo do comprador e custos com frete. É esse tipo de informação que os varejistas devem considerar: entender o que deu certo durante esses tempos difíceis e tentar conciliar com o que já funcionava antes da pandemia. O digital cresceu, foi essencial para a sobrevivência de diversos comércios durante a pandemia e pode ser uma ferramenta para viabilizar a retomada de forma fluida. Além dos serviços de delivery, através da tecnologia pode-se buscar uma melhora na experiência dos vendedores, que estão a mais de um ano sem trabalhar em um cenário normal. A mudança do consumidor deve ser o primeiro ponto a ser considerado. As pessoas perceberam que é mais fácil realizar o pagamento pelo aplicativo, sem precisar utilizar o cartão. Entenderam ainda mais a praticidade do delivery, que leva o produto até o comprador. Velhas estratégias de varejo podem não funcionar mais. Com o crescimento do digital, a competitividade também cresce. Se o item será recebido em casa, tanto faz de onde ele vem. O comerciante de outro bairro (ou mesmo de outra cidade) está em condições de igualdade para disputar o cliente, que por sua vez estará mais atento e exigente quanto à qualidade do produto e do atendimento. A melhor experiência será a base de comparação para a próxima compra do consumidor. Seu negócio está preparado para a retomada?
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