Logo E-Commerce Brasil

Comércio unificado foi adotado por 30% dos varejistas brasileiros

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Na última quarta-feira (03), a Adyen divulgou os dados do Relatório do Varejo 2024, feita em parceria com o Centro de Pesquisa Econômicas e de Negócios (Cebr), baseada nos dados de 13 mil empresas de 26 países e cerca de 38 mil consumidores. Entre os resultados, a pesquisa revelou que o comércio unificado segue em crescimento, e as empresas que adotaram a integração tiveram 8% a mais de crescimento, além de 58% dos varejistas brasileiros aumentaram suas vendas após investir na estratégia.

As vantagens da unificação são maiores no Brasil do que a média global; os dados mostram a exigência do consumidor brasileiro (Imagem: Freepik)

No entanto, 27% dos varejistas brasileiros ainda utilizam diferentes provedores de pagamentos para transações online e transações na loja, número superior à média global, de 18%. Inclusive, tratando como CNPJs separados e balanços de patrimoniais e financeiros diferentes.

Países como a Índia e os Estados Unidos estão à frente em relação ao tema, os números apontam 38% de uso da infraestrutura unificada em todos os canais na Índia, passando os Estados Unidos, com 33%.

Comparativo entre o resultado brasileiro e o global (Imagem: Adyen)

O relatório indicou demonstrou o interesse do varejista brasileiro em tecnologia, pois 33% dos disseram querer investir na área para melhorar a experiência de compra, adotando novas formas de pagamento, tecnologia dentro das lojas e uso de prateleira infinita para integrar estoques.

Renato Migliacci, Vice-Presidente de Vendas da Adyen Brasil, faz um alerta: “é preciso usar a tecnologia como um objetivo, não apenas para ser inovador. Ela precisa ter aplicabilidade e estar aliada ao negócio.”

Além disso, também existe um otimismo na expectativa de crescimento para 2024, pois 95% dos varejistas brasileiros esperam aumentar seu volume de receita este ano e 65% prevê um crescimento acima de 50%. Os números são mais altos que a média global, onde a expectativa ficou em 92% e 58%, respectivamente.

Para atingir esses resultados, os varejistas também têm buscado meios para alavancar suas receitas, entre as principais estratégias, estão: expansão das vendas para novos mercados online (21%), marketplaces (18%) e em meios físicos (18%).

Consumidor cada vez mais digital e exigente

Com o crescimento da digitalização, os consumidores estão optando cada vez mais por formas de pagamento mais tecnológicas, fugindo de compras com fricções e muitos cliques. O levantamento indica que:

  • 31% não carrega mais carteira física e só faz pagamentos digitais;
  • 26% acredita que a sociedade deveria eliminar o uso do dinheiro ano que vem;
  • 18% gosta de transações com poucos cliques;
  • 10% utiliza ou já utilizou pontos de autoatendimento para fazer compras.

Investir na jornada de pagamentos também é uma forma de fidelizar os clientes e oferecer processos de compra mais fluídos, seja no e-commerce ou no físico. Como é a parte mais sensível do processo de compra, os dados da pesquisa revelam que, no Brasil:

  • 59% saem de lojas físicas se não puderem pagar como desejam;
  • 46% desistem de comprar online se não puderem pagar como preferem.

Na média global, os números ficaram em 55% e 56,84%, respectivamente. Demonstrando novamente o nível de exigência do consumidor brasileiro.

Comportamento das empresas

Como os consumidores estão se digitalizando, as empresas também estão se preparando para oferecer jornadas online mais fluídas:

  • 51% já aceitam pagamentos por meio de carteiras digitais (número muito acima da média global, de 28%);
  • 25% dos varejistas brasileiros permitem checkouts/compras on-line com apenas um clique (aplicativo e loja virtual), também acima da média global, de 19%.

Ao analisar o uso de tokenização (tecnologia que converte os dados dos cartões em códigos personalizados), o Brasil empata com os Emirados Árabes, com 25%, seguindo à frente dos 16% da média global.