Com o final do mês de novembro chega a Black Friday, uma das principais datas do varejo brasileiro. Mais do que se preparar para oferecer descontos e uma boa experiência de compra para os consumidores, é necessário estar atento aos golpes e fraudes digitais, que vêm colecionando vítimas no Brasil durante o período de “aquecimento” para a data.
Conforme o estudo da Branddi realizado em outubro de 2024, apenas nas semanas antecedentes ao período da Black Friday, o país já registrava mais de mil sites fraudulentos comunicando sobre o evento. A maioria dos sites falsos se passava por nomes famosos entre o público nacional — como Amazon, McDonald’s, Mercado Livre e Nike.
Este ano, o número de páginas fakes ativas é três vezes maior do que o monitorado no mesmo período em 2023, disse a pesquisa.
Apenas em outubro, ao considerar o total de sites e anúncios falsos nas plataformas, sejam eles relacionados com a Black Friday ou não, foram contabilizados mais de 3790 ações golpistas. Entre as oportunidades, estão os preços vantajosos, ofertas inéditas e pagamentos facilitados. Todos por tempo limitado. Os segmentos mais impactados foram:
- Moda e vestuário (30,2%);
- E-commerce e marketplaces (25,1%);
- Suplementos (14,3%).
Para Gustavo Mariotto, CSO da Branddi, o acontecimento é chamado de “Brand Impersonation, expressão que se refere à replicação digital da identidade de marcas para enganar as pessoas, prática cada vez mais sofisticada entre os criminosos”, explica. “Além de prejudicar a experiência do consumidor, os impactos afetam as empresas em diversas direções — desde a reputação até os prejuízos financeiros e a sobrecarga no atendimento. Não à toa, é comum que, nessas situações, o volume de solicitações ao SAC da companhia (em geral, reclamações de vítimas) aumente em até 3000%”.
A empresa também alerta para a possibilidade de variados tipos de ações fraudulentas e páginas fake nas próximas semanas para confundir os consumidores.
Como funcionam os golpes?
Outro estudo da empresa revelou que 82% das 600 marcas monitoradas no Brasil foram alvo de golpes online entre junho e agosto de 2024. As fraudes incluem sites clones, perfis falsos em redes sociais, anúncios pagos enganosos e domínios fraudulentos com URLs similares às das marcas originais, frequentemente utilizando termos como “promo” e “blackfriday”.
Esses golpes replicam layouts, gráficos e até usam deepfakes com influenciadores reais para enganar consumidores. A Branddi destaca a necessidade de as marcas adotarem medidas preventivas, como o monitoramento constante e a remoção rápida de conteúdos fraudulentos, uma vez que plataformas como Google e Meta ainda enfrentam dificuldades para conter fraudes.