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Geração Z e consumo digital: estímulo depende de autorreconhecimento com a marca

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Além da já representarem 25% da população mundial, a previsão é que a Geração Z seja responsável por US$ 12 trilhões dos gastos com consumo até 2030 na mesma escala. Os números altos assustam, mas também revelam a necessidade de “agradar” um consumidor cada vez mais cauteloso no digital e envolvido emocionalmente com marcas em sua jornada.

Em conversa na 4ª edição do webinar “Papo de Mercado ABIHPEC”, os pontos principais sobre a Geração Z e seu comportamento foram elucidados por André Khouri, diretor comercial da NielsenIQ, e Priscilla Seripieri, líder de Negócios e Operações Mindset da WGSN na América Latina.

O executivo começou trazendo informações sobre o consumidor latino-americano mais jovem, especificamente no Brasil. Segundo ele, há uma contradição no sentimento deste usuário em termos tecnológicos.

Ao mesmo tempo que 45% deles aceitam direcionamentos de assistentes empoderados por Inteligência Artificial (IA), só 9% são adeptos da compra por redes sociais. Por outro lado, 35% dos brasileiros da Geração Z já compraram um produto online após vê-lo online em algum jogo. De acordo com o especialista, isso reforça a tendência da gamificação como interface ideal para influenciar no consumo digital dos nascidos entre 1997 e 2012. O índice é superior à média internacional em 25%.

ESG e dilemas morais na Geração Z

Questões ligadas ao papel social e ações de sustentabilidade das empresas também são fatores importantes para a Geração Z hora de consumir. Ainda com dados da NielsenIQ, Khouri fala em 43% dos brasileiros deixando de comprar em certo lugar pela falta de movimentação em relação ao meio ambiente. Já do lado da WGSN, Seripieri mostra que marcas de cosméticos sustentáveis registraram alta de 65% na receita.

Além disso, a executiva também mostra como o comportamento deste consumidor é atravessado por cinco sentimentos principais: angústia moral, anseio, otimismo racional, pico de pessimismo e síndrome do mundo cruel.

Todos estes influenciam na vida de quatro perfis emergentes ligados à Geração Z. São eles:

Imparciais

  • Combatentes à desinformação;
  • Compromisso com a verdade e os fatos.

Autônomos

  • Desafiam a norma;
  • Fundam as próprias regras de vida e consumo
  • Rejeitam o tradicional e linear.

Esperançosos

  • Firmam relacionamentos não-convencionais com as marcas;
  • Ideias tradicionais de produtividade não estão em seu escopo.

Sinérgicos

  • Buscam utilizar a tecnologia para ajudar humanidade e planeta;
  • Imaginam um mundo mais igualitário e acessível.

Em outras oportunidades, a WGSN também elencou tendências para o varejo brasileiro, precursores para construir o e-commerce do futuro, perfis de consumidor em Casa & Decoração e em geral.