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Magalu é favorita dos brasileiros para garantir descontos da Black Friday, diz pesquisa

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

A Magalu lidera o ranking das marcas mais lembradas pelos consumidores para aproveitar os descontos da Black Friday 2025, segundo o estudo inédito “Black Friday 2025: a Black além do preço”, conduzido pela MindMiners. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas de todas as regiões do país, com idades acima de 18 anos e pertencentes às classes A, B e C.

Pessoa mexendo no smartphone com aplicativo logo da Magalu aberto
(Imagem: Reprodução)

A varejista aparece com 22% das menções, à frente de Casas Bahia (16%), Americanas (13%), Shopee e Amazon (12%), Mercado Livre (9%), Samsung (7%), Electrolux, Nike e SHEIN (3%).

Um dos destaques do levantamento é o avanço da Shopee, que chegou ao Brasil em 2019 e, em apenas seis anos, já figura entre as marcas mais associadas à data, alcançando nível de lembrança semelhante a empresas tradicionais do varejo nacional.

A Shopee, plataforma que em setembro ocupava o terceiro lugar no relatório de Setores do E-commerce no Brasil, da Conversion, atingindo 281,3 milhões de acessos no mês, atrás apenas do Mercado Livre e Temu, respectivamente.

Comportamento mais cauteloso e estratégico

A pesquisa mostra que 57% dos brasileiros compraram produtos não planejados durante a última edição da Black Friday, mesmo com o aumento da desconfiança sobre “falsos descontos”.

Ainda assim, 75% dos entrevistados afirmam estar satisfeitos com experiências anteriores, embora 25% se declarem neutros, apontando espaço para melhorias.

Entre as principais queixas dos consumidores estão:

  • aumento prévio de preços para simular desconto (53%);
  • poucos produtos realmente em promoção (44%);
  • descontos baixos ou irrelevantes (44%).

O estudo revela também que 62% dos consumidores monitoram preços com antecedência, reforçando o comportamento planejado.

“O consumidor entra pela promessa de preço baixo e variedade, mas só volta se a experiência for transparente e sem fricção. As marcas que provarem autenticidade nos descontos terão vantagem competitiva”, analisa Danielle Almeida, CMO da MindMiners.

Consumidores preferem multicanais

O brasileiro mantém o hábito consolidado de pesquisar antes de comprar, com 9 em cada 10 consumidores adeptos desse processo, independentemente de classe, gênero ou geração.

Os principais canais de pesquisa são:

  • sites e aplicativos de lojas e marketplaces (44%);
  • lojas físicas (40%);
  • mecanismos de busca (35%).

Entre os mais jovens, as redes sociais têm papel crescente: 31% da Geração Z já usam o TikTok como ferramenta de busca.

O modelo omnichannel segue forte, com 47% preferindo lojas online e 46% as físicas. Os fatores que mais influenciam a decisão de compra são preço (78%), frete grátis (64%) e qualidade do produto (59%).

O que o brasileiro pretende comprar

Os eletrodomésticos (35%) e eletrônicos (35%) continuam sendo as categorias mais desejadas, seguidas por moda e acessórios (27%) e beleza e cuidados pessoais (25%).

A categoria de móveis e decoração apresentou o maior crescimento em intenção de compra (+6%), enquanto beleza e cuidados pessoais teve queda de 3%.

A Geração Z se destaca pelo interesse em eletrodomésticos, símbolo de independência, enquanto os Baby Boomers priorizam alimentos e bebidas, influenciados pelo aumento de preços.

Endividamento molda o consumo

O estudo mostra que 94% dos brasileiros perceberam aumento de preços nos últimos meses, 82% dizem ter perdido poder de compra e 57% possuem dívidas ativas.

Mesmo assim, 51% se consideram financeiramente equilibrados e 36% enfrentam instabilidade. Entre os principais motivos das dificuldades estão:

  • redução da renda (37%);
  • aumento de despesas (30%);
  • desemprego (25%).

“A vulnerabilidade financeira criou um consumidor mais planejador. Ele compra com base em necessidade e custo-benefício. As marcas precisam oferecer valor real e relevante”, complementa Danielle Almeida.

Brasileiros querem se autopresentear

A Black Friday se consolidou também como um momento de compra pessoal: 59% dos entrevistados pretendem comprar para si mesmos e 51% para casa, enquanto apenas 21% planejam presentes para outras pessoas.

O comportamento reflete no Natal, já que metade dos brasileiros não considera importante dar presentes na data, sobretudo entre os jovens da Geração Z.

“O evento deixou de ser apenas um momento de consumo coletivo e se tornou uma data de conquista pessoal. As marcas precisam conectar o ‘auto presente’ aos projetos de vida dos consumidores”, observa Danielle.

Expectativas para 2025

Para este ano, 71% dos consumidores pretendem gastar até R$ 1.000. Em relação à participação na data, 24% já planejam compras, 19% pretendem comprar sem planejamento, 36% ainda estão indecisos e 22% não participarão.

“A Black Friday 2025 representa uma oportunidade única para marcas que combinem autenticidade, experiência fluida e conexão real com o consumidor. O desafio é transformar a pressão econômica em relacionamento duradouro”, conclui Danielle Almeida.