Há um ano, o programa Brasil Mais Produtivo foi lançado pelo Governo Federal para fomentar o projeto de digitalização dos empreendedores. De lá para cá, o programa tem investido na viabilização de crédito para os PMEs, mas a facilidade de acesso à educação digital permanece como entraves para o avanço do projeto. Para discutir como as políticas públicas podem fomentar o empreendedorismo no Brasil, o encontro promovido nesta quarta-feira (29) pela Amazon Brasil e o Jota, reuniu em Brasília o ministro do empreendedorismo Márcio França e a presidente da Amazon Brasil, Juliana Sztrajtman.
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No começo dos anos 2000, o Simples Nacional e o MEI foram criados pelo governo Lula, para identificar e promover o empreendedorismo brasileiro. Em 2023, o governo deu outro passo ao idealizar um ministério para cuidar da pasta. De acordo com França, atualmente existem 16 milhões de MEIs e cerca de 23 milhões de pessoas empreendedoras, fora os 20 milhões que empreendem informalmente.
Para ele, é preciso atrair esses empreendedores para a regularização, então o aceno deve ser para os financiamentos. Um exemplo dessas iniciativas é o Programa Acredita, que facilita a renegociação de dívidas e oferece crédito com baixas taxas de juros aos pequenos negócios, assim como o Desenrola, Pronampe e ProCred 360.
O Programa Brasil Mais Produtivo, lançado há um ano, é um exemplo dessa tentativa de promover a transformação digital dos PMEs. Com a proposta de criar uma linha de financiamento para que todos possam digitalizar suas empresas, utilizando recursos financiados pelo governo. Os próximos passos são a implementação de um portal único do empreendedor. Esse portal terá uma linha de avaliação (um rating) para consulta do consumidor, no qual será possível ver avaliações positivas ou negativas de cada negócio.
Portanto, o investimento em cursos digitais para aprendizado remoto é uma tentativa de incentivar a educação digital, pois “o processo de digitalização é inevitável”, destaca França. Ao concluir o curso, o ministro disse que o governo poderá financiar seus negócios, desde que os recursos sejam bem utilizados e revertidos em produtividade.
Passos para digitalizar as PMEs
Ainda há desafios dos empreendedores diante dos governos, comenta o ministro. França também afirma que “é preciso mudar essa mentalidade de que o governo está servindo apenas para cobrar impostos; as pessoas precisam entender os governos como aliados dos negócios”.
Além de mencionar o comércio digital como alternativa às grandes federações de comércio, comumente dominadas por grandes empresários, França afirmou que os brasileiros precisam “aprender a viver com essa nova realidade”, ao se referir ao canal de compra. O ministro também endossou a necessidade de um equilíbrio entre produtos importados e brasileiros, mencionando o Remessa Conforme, que provocou discussões no ano passado. “Se deixarmos tudo entrar no Brasil, não há indústria brasileira que consiga competir”, completa.
Marketplaces para expansão
Uma parte da força do e-commerce brasileiro vem dos PMEs, disse a presidente da Amazon Brasil. Por meio das plataformas, esses empreendedores conseguem acessar milhões de consumidores, e a Amazon vem atuando em programas para oferecer entregas em todo país. Segundo ela, “a melhor forma de fomentar é mediante uma parceria. Já evoluímos muito, mas ainda há mais para fazermos dos dois lados para os negócios se desenvolverem”.
A Amazon recentemente liberou cerca de 40 milhões de produtos de vendedores dos Estados Unidos para o Brasil. Juliana ressalta o enorme potencial de fazer o caminho inverso, que muitas vezes é dificultado pela crença de que o processo é complexo e burocrático. Para solucionar essa questão, Sztrajtman propõe a união de políticas públicas, como programas de financiamento, com iniciativas da Amazon Brasil, criando uma parceria público-privada que facilite a exportação de produtos brasileiros para o mundo.
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