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‘Taxa das blusinhas’ impulsiona lucros de Renner, C&A e Riachuelo após um ano

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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Após um ano de vigência da chamada “taxa das blusinhas”, o varejo brasileiro começa a sentir os efeitos positivos no caixa. Renner, C&A e Riachuelo apresentaram resultados expressivos no segundo trimestre de 2025, revertendo parte das dificuldades enfrentadas nos últimos anos com a concorrência de plataformas chinesas como AliExpress e Shein.

Mulher sorridente e surpresa segura cartão de crédito e celular enquanto faz compras online, cercada por roupas coloridas em um closet ou loja.
(Imagem: Freepik)

Resultados do segundo trimestre

Entre abril e junho, as três gigantes registraram alta nos lucros em comparação com o mesmo período de 2024:

  • Renner: lucro líquido de R$ 404,5 milhões, alta de 28,4%
  • Riachuelo: lucro líquido de R$ 143 milhões, crescimento de 151,2%
  • C&A: lucro líquido de R$ 200 milhões, avanço de 138,9%

A cobrança da tarifa começou em agosto de 2024. Compras internacionais de até US$ 50, antes isentas, passaram a ser taxadas em 20%. Já importações entre US$ 50 e US$ 3 mil pagam alíquota de 60%, além do ICMS de 17% a 20%, dependendo do estado.

Efeito no consumo e adaptação das varejistas

A taxação reduziu a diferença de preço entre produtos nacionais e importados, levando parte dos consumidores a priorizar compras em empresas brasileiras pela rapidez na entrega e possibilidade de retirada em loja.

Além disso, o aumento da competição estimulou investimentos em tecnologia e integração entre canais digitais e físicos, com destaque para serviços como “compre e retire”.

Compras internacionais em queda

Enquanto o varejo local avança, as importações de pequeno valor registram retração. Dados do Banco Central mostram que, no primeiro semestre, o volume intermediado por facilitadoras de pagamento somou US$ 4,6 bilhões, queda de 13,6% na comparação anual.

Segundo levantamento da Amobitec, nos primeiros oito meses da tarifa de 20%, as compras internacionais das classes C, D e E caíram 35%, deixando 14 milhões de consumidores fora desse mercado.

Frio favorece vendas

O inverno de 2025 também contribuiu para o bom desempenho das varejistas, especialmente em datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados. A Renner destacou o aumento da participação de vendas a preço cheio no período.

Com temperaturas mais baixas que as do ano passado, especialistas avaliam que o terceiro trimestre também deve ser positivo, já que o consumidor tende a priorizar a compra imediata de itens de inverno.

Perspectivas para o setor

A expectativa é de que 2025 feche com saldo positivo para o varejo, embora as projeções para 2026 sejam cautelosas diante do cenário eleitoral e das incertezas sobre o comportamento do consumidor