O estudo apresentado pela Haus, plataforma de marketing do Grupo Stefanini, realizado por suas empresas Gauge, Ecglobal e W3haus, destacou as principais tendências para a Black Friday 2024. Segundo os dados, este ano o faturamento geral deve crescer 10%, impulsionado por um aumento de 14% no número de pedidos.
Entretanto, o estudo aponta para uma queda de 4% no ticket médio. Isso sugere que, embora o volume de vendas aumente, os consumidores gastarão menos por transação. Guilherme Stefanini, CEO da Haus, destaca que a pesquisa é fundamental para marcas e varejistas compreenderem as mudanças no comportamento do consumidor e ajustarem suas estratégias. “Com insights mais precisos, as empresas podem refinar suas abordagens de segmentação, otimizar jornadas omnichannel e alavancar dados para campanhas mais eficazes”, afirma.
Em 2024, a Black Friday no Brasil deve seguir uma tendência mais cautelosa. A previsão de queda no ticket médio reflete uma postura mais seletiva por parte dos consumidores, que estão priorizando suas finanças. Muitos preferem dividir suas compras em várias transações menores, tentando aproveitar ao máximo os descontos. Esse comportamento também está ligado ao ceticismo crescente em relação às promoções, especialmente à prática da “metade do dobro”, em que preços são inflacionados antes do evento.
A credibilidade das promoções se tornou um ponto de atenção, levando os consumidores a planejar suas compras com antecedência, utilizando listas de desejos e comparando preços ao longo do ano. Esse comportamento reforça a importância de oferecer uma experiência de compra confiável e transparente.
Integração físico-digital e mobile-first como estratégias
O estudo também ressalta a importância da integração entre os ambientes físico e digital, conhecida como phygital. Quase metade dos consumidores (45%) planeja mesclar os dois formatos de compra. A expectativa é de uma experiência fluida, que combine atendimento de qualidade, entregas rápidas e suporte pós-venda eficiente, fatores que contribuem para a satisfação do cliente e fidelização.
Além disso, a abordagem mobile-first é apontada como crucial para capturar e reter clientes durante a Black Friday. Aplicativos com interfaces amigáveis e funcionalidades intuitivas garantem uma jornada de compra sem atritos. Tecnologias como realidade aumentada, que permitem visualizar produtos antes da compra, são cada vez mais valorizadas.
Influência digital e novas formas de engajamento
O comportamento dos consumidores está mais fragmentado e sofisticado. Eles recorrem a múltiplos canais, como sites de busca, redes sociais e comparadores de preços, para encontrar as melhores ofertas. Nesse cenário, os influenciadores digitais ganham relevância, com 12% dos consumidores realizando compras com base em suas recomendações, chegando a 21% entre os mais jovens. Adriana Rocha, CEO da Ecglobal, reforça: “À medida que os consumidores se tornam mais criteriosos, eles também passam a confiar mais em influenciadores que oferecem informações autênticas e acessíveis.”
TikTok e Live Commerce para engajar e converter
O TikTok consolidou-se como uma plataforma chave para o marketing, especialmente durante a Black Friday. Com 64% dos jovens utilizando a rede social para pesquisa de compras, a combinação entre TikTok e Live Commerce se destaca como uma estratégia eficaz. “Integrar o TikTok com Live Commerce é uma das boas estratégias para engajar a audiência e converter visualizações em vendas”, comenta Amanda Gasperini, diretora da Gauge. Segundo ela, o Brasil é o segundo maior mercado para live commerce, permitindo que marcas criem experiências interativas e em tempo real com seus consumidores.
Com essas tendências em mente, a Black Friday deste ano pretende ser marcada por um equilíbrio entre cautela financeira e inovação estratégica.