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Pandora abraça o marketplace e anuncia entrada no Mercado Livre

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Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Nesta quinta-feira (10), o Mercado Livre anunciou o lançamento da loja oficial da Pandora na plataforma. Ativa há cerca de um mês, a iniciativa inaugura a entrada da joalheria dinamarquesa em um marketplace, e no caso do Mercado Livre, já são 10 milhões de itens de moda e beleza no portfólio, abrangendo outras marcas premium como Calvin Klein, BOSS e Lacoste.

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Parceria foi anunciada nesta quinta-feira (10) no evento em São Paulo (Imagem: Mercado Livre/Divulgação)

Conhecida por seus famosos charms, braceletes, anéis, colares e brincos, a marca vai oferecer uma curadoria de peças para compor a vitrine. Para Anna Araripe, diretora de marketplace do Mercado Livre, a entrada da Pandora na plataforma marca a expansão do sortimento com marcas de renome internacional.

A Pandora entende esse momento como uma expansão de seus canais. “Estamos próximos dos nossos clientes, eles podem encontrar a Pandora em lojas próprias e em joalherias independentes. Já temos o online como um canal relevante, que representa 20% do nosso faturamento. O Mercado Livre é um parceiro perfeito com alto alcance nos lares brasileiros”, comenta Dani Valadão, Country Head da Pandora Brasil.

Segmento que mais cresce

Em 2024, o Mercado Livre fez uma participação com ativações de marcas no SPFW e também anunciou a entrada de Manu Gavassi como head criativa. Os movimentos sinalizam uma mudança de posicionamento ao observar a jornada de compra, que não é igual a de outros produtos, como eletro ou eletrônicos, por exemplo. Além disso, Moda é a vertical que mais cresce em número de produtos.

A mudança de estratégia motivou a criação de uma rede social própria para o segmento, que fizesse sentido para esse momento, trabalhando com pautas próprias. “Precisávamos nos posicionar de uma forma mais editorial quando falávamos de Moda e Beleza. O spoiler é que estaremos de novo este ano na tradição do SPFW”, diz Anna Araripe.

“Cada vez mais as celebridades e influencers ganham espaço na nossa comunicação com os consumidores. Vai além da compra, ela é uma consequência desse momento, desse storytelling.”

Atualmente, são 38 milhões de pessoas acessando Moda e Beleza e a categoria foi a terceira categoria do trimestre com maior crescimento de vendas na plataforma, ficando atrás apenas de Supermercado e Health. Registrando um aumento de 31% de volume de itens vendidos em relação ao ano anterior.

Crise do luxo?

Em um período de desaceleração global, o mercado de itens premium vem sofrido uma pressão com a queda do volume de vendas, seja pela inflação, tarifaços ou desinteresse da geração atual em adquirir itens não compatíveis com suas crenças, ou estilo de vida, optando pela economia circular.

A LVMH (Louis Vuitton, Dior, Tiffany & Co. e Bulgari), por exemplo, perdeu mais de 120 bilhões do valor de mercado do conglomerado, perdendo o posto de empresa mais valiosa da França. No ano passado, notícias sobre o estouro da “bolha” do e-commerce de luxo também repercutiram, quando a Farfetch, uma das potências do setor, viu suas ações despencarem devido à redução do volume de vendas, processos judiciais e baixa nos lucros.

Diante desse cenário, o Brasil segue resiliente, e a entrada da Pandora no marketplace pode ser um aceno para uma estratégia que outras marcas da categoria têm adotado. Enquanto marca global, o Brasil foi escolhido para ser a porta da entrada no marketplace pelo seu mercado estratégico e uso do marketplace como espaço de busca e descoberta.

“Somos o segundo maior mercado na América Latina. Em questão de número de população e regiões, temos a oportunidade de estar presencialmente e on-line nesse lugar. Abrimos mais de 70 pontos de vendas de 2023 até o final de 2024″, esclarece a Country Head da Pandora Brasil.

Para entender a importância do movimento, a média de penetração do varejo no comércio eletrônico é 15%. Na Pandora, esse número chega a 20%. “É um canal relevante de faturamento (média-ano), e na sazonalidade, pode dobrar até 40%. Também é um canal de descoberta”, conclui Dani.

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