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PMEs impulsionam descentralização do e-commerce e ampliam alcance nacional

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Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O e-commerce brasileiro vive um momento de descentralização. Se antes os grandes centros concentravam a maioria das remessas, agora são as pequenas e médias empresas (PMEs) que estão puxando uma nova dinâmica de distribuição no país. A conclusão é da segunda edição do Mapa da Logística, estudo da Loggi com base em mais de 16 milhões de pacotes enviados no segundo trimestre de 2025.

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(Imagem: Envato)

De acordo com os dados, 60% das remessas feitas por PMEs já partem de fora do estado de São Paulo. Entre as grandes empresas, esse número é invertido: 65% dos envios ainda têm origem em São Paulo, evidenciando um movimento de desconcentração liderado pelos pequenos negócios.

Sul e Sudeste dominam o volume de remessas

Entre os estados que mais se destacam na origem das encomendas feitas por PMEs estão Santa Catarina (16%), Minas Gerais (10%) e Paraná (9%). Esses números são consideravelmente maiores do que os das grandes empresas, que registram, respectivamente, 6,5%, 5% e 3% nesses estados.

A região Sul também se sobressai como destino. Os consumidores dos três estados do Sul respondem por 18% dos pedidos enviados por PMEs, frente a 14% no caso das grandes marcas. O dado sinaliza um comportamento de consumo mais ativo nessas regiões.

Ticket médio mais alto entre pequenas empresas

As PMEs também têm se destacado pelo valor médio dos pedidos. O levantamento aponta que o ticket médio dos pequenos negócios foi de R$ 217 no trimestre, 21% superior ao das grandes empresas e 51% maior que o registrado em marketplaces.

Esse desempenho sugere um foco em produtos com maior valor agregado, o que pode contribuir para margens mais saudáveis e fidelização de clientes.

Modelos logísticos flexíveis ganham força

A estratégia logística das PMEs também tem se diversificado. Segundo o estudo, 30% dos envios são feitos com coletas programadas em grade fixa. Outros 40% utilizam coletas flexíveis, que se adaptam à demanda. Já os 30% restantes recorrem a pontos de entrega e retirada (PUDOs), modelo que permite mais autonomia operacional e redução de custos com frete.

Crescimento além do eixo Sul-Sudeste

Ainda que Sul e Sudeste concentrem a maior parte das operações, outras regiões também apresentam crescimento acelerado. Goiás tem ganhado protagonismo no Centro-Oeste, enquanto o Nordeste continua avançando tanto em envios quanto em recebimentos.

Os estados com maior crescimento nas remessas no segundo trimestre foram Santa Catarina (275%), Rio Grande do Sul (175%), Goiás (167%), Espírito Santo (124%) e Minas Gerais (45%).

Moda e serviços financeiros lideram categorias por região

As categorias com maior demanda variam conforme a região. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o destaque foi para moda e vestuário, alavancados pelas datas comemorativas do Dia das Mães e Dia dos Namorados.

Já nas regiões Norte e Nordeste, os serviços financeiros lideraram, com maior procura por cartões e máquinas de pagamento. O resultado acompanha o avanço dos bancos digitais e o crescimento do microempreendedorismo.

Segmentos em alta apontam mudanças no consumo

Alguns segmentos registraram crescimentos expressivos em comparação ao mesmo período de 2024. As maiores altas foram em óticas (302%), farmácias (204%), artigos esportivos (196%), joias e bijuterias (144%) e brinquedos (126%).

O desempenho mostra um interesse crescente por produtos especializados, o que indica um consumidor mais diversificado e exigente.

Datas comemorativas impulsionam pequenos negócios

Durante a semana do Dia das Mães, os envios das PMEs cresceram 143% em relação a 2024. Os maiores avanços foram em vestuário (214%), joias e bijuterias (198%) e cosméticos (103%).

Na semana do Dia dos Namorados, o crescimento dos pequenos negócios foi de 121%, enquanto as grandes empresas registraram alta de apenas 6% no período.

Agilidade logística como diferencial competitivo

O tempo de entrega também tem sido um diferencial das PMEs. Segundo o estudo, metade dos pacotes no Brasil chegam ao destino em até dois dias. Em três dias, o índice chega a 60%. A agilidade nas entregas se consolida como um dos principais pilares de competitividade do e-commerce nacional.

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