Com mais de 300 mil vendedores e uma meta de vender US$ 60 bilhões em produtos globalmente e US$ 20 a US$ 25 bilhões nos EUA em 2024, a gigante Temu está, desde março, incorporado vendedores chineses com armazéns nos EUA. Segundo dados da Marketplace Pulse, todos os vendedores da plataforma estão na China e essa mudança reduziu a dependência da empresa do regime de isenção do imposto mínimo global, além de melhorar a velocidade de envio, permitindo à Temu a venda de produtos de maior tamanho e peso.
Agora, quase dois anos após seu lançamento, a Temu busca vendedores locais. Recentemente, o marketplace contratou funcionários nos EUA e na Europa para entrar em contato com eles, convidando-os a se juntarem à plataforma.
A proposta é semelhante a do AliExpress, Wish e Shein: taxas menores que as da Amazon, poucos vendedores locais, crescimento significativo do volume bruto de mercadorias (GMV) e a promessa de aumentar as vendas com “prioridade na exibição de produtos e recursos de direcionamento de tráfego projetados para impulsionar as vendas de novos vendedores.”
O cenário de adesão nos marketplaces
A Shein já está recrutando vendedores dos EUA há mais de um ano e, em maio, eliminou a exigência de operar um armazém na China. No entanto, segundo a pesquisa da Marketplace Pulse, ela ainda não chegou a mil vendedores. O Wish, ao tentar atrair marcas há mais de cinco anos, também não obteve grande sucesso. Embora a promessa de diversificação e volume de vendas seja atrativa no papel, até a Amazon levou décadas para convencer marcas a se juntarem à plataforma.
O Marketplace Plus também destacou que provavelmente a Temu não atrairá marcas como Nike ou Samsung, nem marcas famosas como Casper, Glossier e Warby Parker. Sua posição de mercado e foco não são compatíveis com essas empresas. Nesse sentido, a única possibilidade é a atuação da Temu como um outlet para essas marcas. Em vez disso, a maioria dos vendedores virá do grupo que já vende na Amazon.
Embora a Amazon ofereça a maioria dos produtos que a Temu vende, a Temu tem poucos dos fornecedores da Amazon. A plataforma quer atrair marcas locais para expandir além do rótulo de aplicativo para produtos baratos da China – estratégia que funcionou até agora, mas que tem um limite. Conforme cresce e muda a percepção dos consumidores, o caminho para alinhar-se com grandes marcas será longo. Contudo, não é impossível, assim como o TikTok, que enfrenta um possível banimento ou desinvestimento, mas se tornou essencial para a estratégia de marketing de muitas marcas.