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Walmart aposta em IA para acelerar produção de moda

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Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O Walmart está utilizando inteligência artificial (IA) generativa para acelerar o desenvolvimento e o lançamento de itens de moda com base em tendências emergentes. A estratégia foi detalhada com exclusividade à Axios e apresentada publicamente durante reunião com investidores em Dallas na quarta-feira (16).

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(Imagem: Unsplash)

Segundo a varejista, a nova ferramenta batizada de Trend-to-Product foi desenvolvida internamente ao longo dos últimos 18 meses e tem como objetivo reduzir o ciclo de produção de roupas em até 18 semanas. A tecnologia permite identificar tendências com base em dados coletados na internet e nas redes sociais, gerar painéis de inspiração e, a partir disso, facilitar o trabalho de designers e compradores.

“Penso nisso como uma transformação do mundano para o mágico”, afirma Vinod Bidarkoppa, diretor de tecnologia do Walmart International. Ele explica que processos que antes levavam até seis meses agora podem ser concluídos em cerca de seis semanas, com partes da operação reduzidas de dias ou semanas para apenas alguns minutos.

A aplicação prática já começou. A ferramenta foi utilizada na criação de itens da marca No Boundaries (“Sem fronteiras”, em tradução livre), que movimenta cerca de US$ 2 bilhões e teve lançamentos recentes em fevereiro. De acordo com Andrea Albright, vice-presidente executiva de sourcing do Walmart, a escolha pelo setor de vestuário não foi por acaso.

“Sabíamos que daria certo. Essa é uma das categorias mais difíceis de tratar”, diz. Ela pontua, porém, que a intenção não é replicar o modelo de fast fashion.

“Não abrimos mão dos nossos padrões de fornecimento ético e socialmente responsável. Nem tudo precisa ser entregue em seis semanas. As tarifas e a origem dos produtos também entram na conta”, explica.

Pé na tecnologia

O Walmart planeja expandir o uso da tecnologia para além da moda, mirando especialmente itens sazonais e produtos de consumo geral. “Acredito que há uma oportunidade de dar vida a esses produtos de forma muito mais ágil e eficiente”, disse Bidarkoppa.

O anúncio ocorre em meio a um cenário internacional marcado por mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos, principalmente em relação à China. De forma direta, varejistas como Shein e Temu podem ser impactadas, já que grande parte dos negócios de ambas se concentra no mercado estadunidense.

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