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Três plataformas concentram 70% do tráfego móvel na América Latina, revela pesquisa

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O novo relatório da GSMA, intitulado Uso de Redes Móveis na América Latina, revela que Meta, Alphabet (Google) e TikTok são responsáveis por mais de 70% do tráfego móvel de download na região. Meta concentra quase 50% do total, seguida por Alphabet com 14% e TikTok com 8%. O estudo analisa o tráfego até maio de 2024, detalhando a distribuição por tipo de conteúdo e empresa em toda a América Latina.

(Imagem: Reprodução)

Ao englobar a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, o relatório coletou informações de mais de 10 grupos de operadoras da América Latina.

Entre 2016 e 2023, o tráfego total da região em redes móveis aumentou 14 vezes, representando uma taxa de crescimento anual de 46%. A América Latina apresentou taxas mais altas do que a América do Norte e a Europa, e um ritmo semelhante à média dos países asiáticos. Olhando para o futuro, entre 2024 e 2030, o tráfego total das redes móveis na região aumentará três vezes, representando uma taxa de crescimento anual de 19%.

(Imagem: GSMA Intelligence/Divulgação)

O relatório também aponta que o principal uso das redes móveis na região é o acesso a redes sociais, representando 41% do tráfego. Navegação na web (29%) e streaming (19%) aparecem em seguida.

Em alguns países, como Argentina, Chile e Paraguai, o streaming supera a navegação na web, enquanto no Brasil as redes sociais lideram com 40%, seguidas por navegação (30%) e streaming empatado com serviços de mensageria (10%).

(Imagem: GSMA/Divulgação)

A organização também destaca que a demanda por vídeo, tanto em formato curto quanto longo, está por trás desse crescimento, especialmente com o aumento da qualidade de resolução, como 4K e 8K, e a transmissão de eventos ao vivo.

Lucas Gallitto, diretor para a América Latina da GSMA, destaca que parte significativa desse tráfego é não solicitado, como anúncios ou vídeos em alta resolução, o que sobrecarrega as redes móveis. “Hoje, as plataformas não pagam pelos custos do tráfego que monetizam, o que impacta negativamente a experiência do usuário, a capacidade das redes e o meio ambiente”, explica Gallitto. Ele enfatiza a importância do fair share, um modelo de mercado onde grandes geradores de tráfego contribuiriam para o financiamento das redes, ajudando a otimizar o uso desse recurso.