A relação do brasileiro com o Pix nas transferências P2P (pessoa para pessoa) já está consolidada. Agora, dados da Fiserv, colhidos em parceria com o Opinion Box, mostram como o modelo está influenciando os meios de pagamento no varejo. Somente em julho, por exemplo, R$ 1,8 trilhão foram transacionados entre consumidores e estabelecimentos comerciais.
Segundo o estudo “Fiserv Insights – Pix e as Novas Modalidades Sob a Ótica do Cliente”, adesão não é a grande questão envolvendo o pagamento instantâneo e o consumo. A pergunta da vez, a partir da maior frequência de uso do Pix no varejo, envolve a experiência que este formato pode agregar à jornada.
Este ponto em específico, conforme apontam as informações colhidas pela Fiserv, reforça a necessidade de empresas se prepararem para o Pix continuar a não impactar negativamente o consumo. O cenário atual, de acordo com a pesquisa, é de que apenas 2% dos entrevistados não utilizam o modelo.
Pix e consumo
Na jornada de compra, 76% afirmam já usaram o Pix em estabelecimentos comerciais físicos. Na análise segmentada, e-commerce ou varejo tradicional, o modelo é usado principalmente em:
- Supermercados (63%);
- Restaurantes (60%);
- Farmácias (58%);
- Marketplaces (50%);
- Apps de delivery (46%);
- No ato da entrega do delivery (43%);
- Plataformas de serviços online - streaming, jogos e cursos (34%).
O pagamento instantâneo é utilizado diariamente (21%), de três a seis vezes por semana (20%) ou de uma a duas vezes (22%).
Mesmo com o receio de fraudes, 64% acreditam que o Pix é uma transação muito segura. Os tipos mais utilizados são Pix Cobrança tradicional (77%), seguido pelo Pix Programado (24%) e Pix Parcelado (19%, apesar de não ser uma solução oficialmente lançada pelo BC). O formato também já foi utilizado no exterior por 5% dos entrevistados.
As interfaces mais usadas para as transações são chave Pix (94%), QR Code (60%) e link Copia e Cola (49%).
Visão do consumidor
A experiência do consumidor é o principal ponto de atenção e a pesquisa dá um exemplo de como essa parte pode oferecer ruídos entre consumidor e empreendimento. Ter que apresentar um comprovante de pagamento do Pix, segundo a Fiserv, é motivo para 14% dos participantes da pesquisa deixarem de fazer transações naquela loja.
Outro ponto, agora envolvendo o Banco Central (BC), está relacionada a uma hipotética taxa a ser cobrada por transações no Pix. Ao todo, 64% abandonariam a forma de pagamento caso isso acontecesse.
Além disso, situações como golpe (38%), confiança (37%) e impossibilidade de estorno (32%) também são fricções que estão no imaginário do consumidor.
“Em julho de 2022, as transações de Pix P2B representavam 20% do total de transações do Banco Central. Dois anos depois, esse percentual quase dobrou, demonstrando que a aceitação do Pix no varejo cresce consideravelmente. Os varejistas precisam se prepar para a rápida aceitação do Pix, com parceiros de contingência (PSPs) e que procurem por soluções tecnológicas mais estratégicas no repasse de suas transações, além de facilitar a gestão das chaves Pix e conciliação” diz Rodrigo Climaco, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Fiserv Brasil.